A Barca “Por-Deus” na Penajóia Noutras eras, de Lamego para Mesão-Frio e Porto, era passagem a Penajóia. Só nos tempos do senhor Rei D. José I é que se fez a estrada por Cambres, a caminho da Régua. Pois, naqueles antigos reinados, como ia dizendo, foi o Moledo da Penajóia importante porto para a travessia do Douro. A Santa Princesa Mafalda, dizem uns, a Rainha Santa Isabel, dizem outros, mandou ai fazer uma albergaria, com hospital e botica, e também uma capela e, mais mandou, que uma barca passasse, ao outro lado, sem que pagasse, qualquer pessoa pobre ou rica. Para tanto, deixou terras que muito rendiam. Assim começou a barca “Por-Deus”. Primeiro foram os barqueiros grangeando as terras, depois arrendaram-nas. Mais tarde passou El-Rei a nomear administradores. Davam aquela fazenda, em foros, dinheiro que mantinha um capelão na capela de Nossa Senhora da Ajuda, e o barqueiro no serviço dos viajantes. Ainda há duzentos anos, ia a Câmara de Lamego ver se os barqueiros levavam dinheiro pela passagem na barca, se esta andava bem concertada, se na capela eram celebradas as missas de obrigação, se os pobres tinham a assistência de que necessitavam... Mas, em 1875 já o hospital ou albergaria, era propriedade particular, e a barca “Por-Deus” era por dinheiro”. Foi que os povos de Penajóia se esqueceram da Senhora da Ajuda. Então, aSenhora não mais lhes deu ajuda...
quarta-feira, 18 de abril de 2007
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