DIZEM OS LIVROS E P APEIS VELHOS
Há precisamente duzentos e sete anos, completados no primeiro dia deste mês de Fevereiro, viveu afreguesia da Penajóia horas de angústia como havia muito não sucedia.
A barca do Moledo naufragara. Constava que ia cheia e que, pelas águas furiosas do Douro, muitas pessoas tinham sido levadas. Quem viajava, não se sabia ao certo. Dizia-se que um dos mortos era o pobre Manoel, do Moledo, e o outro, também pobre, Manoel Vaz(o novo), da Portela, ambos desta freguesia. Dos mais ignorava-se quem eram.
Só em 12 de Março apareceu o primeiro afogado, um moleiro de Mesão-Frio , reconhecido por ser aleijado de um braço. Cinco dias depois, nova vitima da tragédia foi também a sepultar noadro da igreja do SSmo. Salvador. Era igualmente de Mesão-Ffrio, e foi a viúva quem o identificou, quando o tiraram do rio. No dia seguinte, outro homem; não se soube onde vivera. ..
Já haviam decorridos dois meses e meio sobre aquele dia negro de Fevereiro, quando os sinos dobraram pelo pobre Manoel do Moledo, pois que só a catorze de Abril foi encontrado.
Mais tarde, em Maio, foi sepultado outro homem dos afogados no naufrágio, mas já ninguém o reconheceu...
Ao pisarmos o chão santo que é o da velha igreja paroquial da Penajóia, deixemos as pétalas de uma prece para que o Senhor tenha em Sua Santa guarda aquelas almas, que deixaram o mundo, quando talvez tivessem a esperança de muita vida nesta terra...
Lamego, Fevereiro de 1980
F.J. C. Laranjo (Ecos de Penajoia)
Há precisamente duzentos e sete anos, completados no primeiro dia deste mês de Fevereiro, viveu afreguesia da Penajóia horas de angústia como havia muito não sucedia.
A barca do Moledo naufragara. Constava que ia cheia e que, pelas águas furiosas do Douro, muitas pessoas tinham sido levadas. Quem viajava, não se sabia ao certo. Dizia-se que um dos mortos era o pobre Manoel, do Moledo, e o outro, também pobre, Manoel Vaz(o novo), da Portela, ambos desta freguesia. Dos mais ignorava-se quem eram.
Só em 12 de Março apareceu o primeiro afogado, um moleiro de Mesão-Frio , reconhecido por ser aleijado de um braço. Cinco dias depois, nova vitima da tragédia foi também a sepultar noadro da igreja do SSmo. Salvador. Era igualmente de Mesão-Ffrio, e foi a viúva quem o identificou, quando o tiraram do rio. No dia seguinte, outro homem; não se soube onde vivera. ..
Já haviam decorridos dois meses e meio sobre aquele dia negro de Fevereiro, quando os sinos dobraram pelo pobre Manoel do Moledo, pois que só a catorze de Abril foi encontrado.
Mais tarde, em Maio, foi sepultado outro homem dos afogados no naufrágio, mas já ninguém o reconheceu...
Ao pisarmos o chão santo que é o da velha igreja paroquial da Penajóia, deixemos as pétalas de uma prece para que o Senhor tenha em Sua Santa guarda aquelas almas, que deixaram o mundo, quando talvez tivessem a esperança de muita vida nesta terra...
Lamego, Fevereiro de 1980
F.J. C. Laranjo (Ecos de Penajoia)
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