quinta-feira, 7 de agosto de 2008

CONHEÇA PENAJÓIA



CONHEÇA PENAJÓIA

Vamos até S. Geão, uma das mais notáveis aldeias da Penajóia, cujo nome deve ser de um cristão dos primórdios do Cristianismo. É, talvez, o povo maior da freguesia hoje. Tem 69 casa habitada e 222 habitantes. Fica assente numa linda e pitoresca encosta, que sobe do Rio Douro, à entrada da freguesia para quem chega de Lamego.
Há sua frente, tem a majestosa Capela de Nossa Senhora da Encarnação, que num ambiente tão cristão vigia pelas almas ali sepultadas e com o seu pequeno sino tange, chamando os homens à oração.
Junto à estrada tem um café e estabelecimento de mercearias. Tem uma fonte antiga com a data de 1855 e a seus pés foi construída a Adega Cooperativa de Penajóia e uma das Escolas da freguesia e ainda um Jardim Infantil, localizado no meio da povoação.
Na sua retaguarda, continua o prolongamento de uma pinha de casas, na sua maior parte casas modestas e outras de rara beleza arquitectónica mente popular, produzindo ao longe um efeito encantador.
Foi aqui que existiu a primeira Escola Primária, 1861, que por revalidardes foi para Molães, lugar central da freguesia, tendo mais tarde Geão conseguido uma só para si.
Neste povo de S. Geão, houve, em tempos antigos, uma mulher tão rica que, no testamento, mandou que se dissessem por sua alma treze mil missas, segundo conta o Dr. Pedro Augusto Ferreira.
Aqui nasceu Frei Manuel Pinto Coelho, religioso franciscano em Leça da Palmeira e ali professor de Latim. Quando as Ordens Religiosas foram extintas de Portugal, veio viver para S. Geão, onde também ensinava Latim. Na Régua ensinou Latim e Português e diz Pedro Augusto Ferreira, seu aluno, que sabia razoavelmente Francês e Grego, tendo-lhe ensinado Latim e Grego.
Não há muito, havia em Geão, um homem de nome José Carvalho, afinador de harmónios e concertinas, homem de bom humor, mas artista na sua profissão.
Os homens deste lugar tinham fama de valentões; quem por ali passasse, que não provoca-se ninguém, porque no regresso tinha de procurar outro caminho.
Penajóia, antes de produzir vinho e cerejas, tinha muitas searas, prados e lameiros, onde se produziam boas hortaliças e boa erva, que era depois vendida em grandes quantidades. “ Só no lugar de S. Geão, perto de 40 mulheres”se empregavam exclusivamente em cegar erva e ir vendê-la à Régua.
Hoje S. Geão, produz vinho, azeite, cerejas outras frutas e castanheiros e a Quinta da Capela pertenceu à família dos Alpoins da Rede.
Fr. José de Jesus Cardoso
(Ecos Penajóia -1993).

 
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