segunda-feira, 31 de março de 2008

CONHEÇA PENAJOIA

VILA CHÃ
É um lugar da Penajóia, que fica da parte de cima da estrada Lamego­ Resende. Passa-lhe pelo meio a estrada camarária que sobe de Mon­dim à Igreja Velha. Situa-se muito perto do Castelo, a grande rocha de lendas e tradições.
O nome de Vila Chã possivelmente vem do tempo dos Romanos, que teriam descido de Guediche para um sítio mais plano. Vila Chã quer mesmo dizer «VILA PLANA», mesmo que, como é o caso, não se trate de nenhuma planície, uma vez que toda a Penajóia se situa numa encosta. Poucos vestígios se podem encontrar dos tempos antigos, mas em Guediche aparecem as tégulas (telhas ou tijolos) próprias dos Romanos. A História regista a descida de vários povos do cimo das montanhas para um lugar mais baixo, sabendo-se que uma invasão de formigas atingiu os lugares altos das povoações.
Em 1527, este lugar tinha apenas 20 moradores. Dizem os livros antigos que teve duas capelas, uma dedicada a Nossa Senhora da Conceição, que já não existe, e outra dedicada a Santo António dos Milagres; onde ainda se encontram as imagens do Santo e de Nossa Senhora da Conceição, que veio da Sua Capela.
Mesmo ao lado da Capela actual, fica um dos três cemitérios da freguesia, construído já no século XX. A Capela de Santo António é bonita, está bem conservada e está aberta ao culto.
Em Vila Chã encontram-se dois nichos de Alminhas, mas um deles está encravado no cunhal de uma habitação e tem uma pintura em chapa. Ficava ao lado do caminho, como acontecia sempre, e agora passa-lhe ao lado a estrada. As pes­soas podem pôr-lhe flores, o que fazem, e deitar uma oferta por intenção dos seus defuntos ou das almas do Purgatório. O outro nicho está vazio, apesar de" numa campanha que se fez, se destinar para ele um azulejo, que nunca foi posto.
Existem muitos moinhos em ruína nesta área, que eram movimentados pelas águas do ribeiro Cabril e agora são lembrança do passado. Só um funciona, como relíquia de um passado em que as povoações se bastavam a si próprias.
É uma povoação majestosa, onde as casas se espalham pela colina, que encanta os nossos olhos. Consideramos aqui como VILA CHÃ a parte da Penajóia que vai da Ponte sobre o ribeiro Cabril, e a que chamam ainda Ponte de Vila Chã, até à capela de Santo António, com os diversos lugarejos em que se divide esta área.
Não é fácil delimitar povos e nomes. Depois de atravessado o lugar pela estrada de que se fala ao lado, começaram a construir-se várias casas e, hoje, pode dizer-se que Vila Chã é o lugar da Penajóia que mais construções novas registam.
Proporcionou ainda a abertura de uma casa comercial, com Café e Mer­cearias, ao lado de outros artigos que ali se podem adquirir. Outro apareceu, mas não se aguentou. Proporcionou a aparição de fruteiros e de duas empre­sas de construção civil e o apro­veitamento de trabalhadores locais para isso.
É nesta parte da freguesia que se situam muitas das nascentes de água que abastecem grande parte da Freguesia e era notável o rego que vinha do Castelo e lhe passava ao cimo, permitindo a rega dos seus campos e que ia até Valclaro e Barrô, hoje sem grande valor de regadio.
Religiosamente, estão muito agarra­dos à Igreja de Santíssimo Salvador, por Quem têm um grande amor; e a Igreja, na sua reconstrução, sente bem esse amor pelo edifício e por quem ali está como Padroeiro da Penajóia.
As crianças vão à Escola de Molães, que se situa entre o Paço e Fiéis de Deus, muito longe de Santo António, por exemplo. Junto da Igreja têm o Jardim Infantil.
Tem 51 famílias e 175 moradores.


Fr. Cardoso e P. Armando, in “Ecos de Penajóia”, Setembro de 1993, p. 4

domingo, 30 de março de 2008

CONHEÇA PENAJOIA

CORVACEIRA

uma pequena aldeia da Penajóia, situada no declive da encosta da margem esquerda do rio Douro, em frente da estação dos Caminhos-de-ferro das Caldas do Moledo.
De construção simples e rústica, as suas casas dão-lhe um ar arquitectónico belo. Possui uma capela particular, dedicada a Nossa Senhora da Lapa .
Aqui nasceu, na casa da capela, o Padre Doutor Pedro Augusto Ferreira, bacharel formado em Teologia, que foi Abade de Miragaia. No Porto. Filho de José António Ferreira, que foi familiar do santo Oficio e de D. Maria da Purificação Ferreira, abastados lavradores desta povoação. Nasceu em 14 de Fevereiro e fez a instrução primária na Penajóia. Em 1846, entrou para o Seminário de Lamego, onde completou os estudos em 1850, passando depois para Coimbra, onde principiou a Teologia em 1851, acabando por se forma em 1856.Voltando a casa de seus pais, foi ordenado em Lamego pelo Bispo, D. José de Moura Coutinho. Celebrou a primeira Missa na Capela de sua casa da Corvaceira e pouco depois , recebeu do mesmo Prelado a nomeação de examinador pró sinodal e professor de instituições canónicas do Seminário, onde esteve três anos, cabendo-lhe no último a regência da cadeira de História Eclesiástica . No mesmo período, exerceu as funções de Vigário Geral da Diocese.
Em 1861, foi apresentado e colocado na Abadia de Távora, onde permaneceu até 1864. Transferido para a Igreja de Miragaia, aqui exerceu o múnus paroquial trinta e cinco anos. Além de pároco, foi Vogal da Comissão dos Monumentos Nacionais, sócio da Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses e da Sociedade Camoniana. Recebeu o Grau de Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Foi benemérito e autor da conclusão do Dicionário “Portugal Antigo e Moderno”, de Pinho Leal. Escreveu várias monografias e biografias e colaborou em muitos jornais e revistas, deixando para publicar uma obra sobre o religioso franciscano, Frei Manuel da Rainha dos Anjos, intitulada “Vida Trágica”, na qual relata os trabalhos por que passou o dito frade, desde Lisboa até à Turquia.
Mas a sua grande obra literária é a “Tentativa Etimológico -Toponymica”, obra três volumes, que muitos procuram, mas já é difícil de encontrar.
Hoje, a Corvaceira é atravessada por uma estrada camarária, que liga Régua, Lamego e Resende, pela beira rio.

Frei José Jesus Cardoso,ofm.

MOLÃES



MOLÃES – PENAJOIA

Formosa aldeia da Penajóia, fica situada na margem esquerda do rio Douro, voltada para o majestoso arcaboiço da Serra do Marão. É a aldeia mais central da freguesia e onde estão instalados os serviços dos Correios, Junta de Freguesia, Posto de saúde e Igreja Paroquial. Aqui passa a estrada Lamego ao Porto, por Cinfães. A cruzar a Aldeia, estão os caminhos que sobem para o monte e descem para o rio Douro.
É uma aldeia antiga, onde existem algumas casas brasonadas e outras de bela construção, que pertencem a famílias abastadas e nobres.
Foi neste povo de Molães que nasceu um dos mais notáveis clérigos da Penajóia, o Dr .P. José Ernesto de Carvalho Rego, lente Jubilado em Teologia, Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, da Ordem do Rosário do Brasil, Conselheiro e Vice-Reitorda Universidade de Coimbra. Nesta cidade faleceu a 28 de Novembro de 1875, com 77 anos de idade incompletos. Nasceu na povoação de Molães, no dia 17 de Fevereiro de 1779 e seus pais foram José da Conceição Carvalho Rego e D. Ana Joaquina d’Almeida.
Era religioso Beneditino, tendo professado no Convento de Tibães a 16 de Março de 1817.
Com a sua morte perdeu a Universidade um dos seus mais distintos ornamentos e a freguesia da Penajóia um dos seus filhos que mais a enobreceram.
Molães, após a construção da nova Igreja passou a ser lugar de encontro depois da missa dominical ou à tarde no fim do trabalho. A Igreja, que já celebrou os 50 anos e a estrada vieram dar-lhe vida a Molães.

Frei José Jesus Cardoso, OFM.

sexta-feira, 28 de março de 2008

UM "CANCIONEIRINHO"PORTUGUÊS

Com este título, o jornal LETRAS & LETRAS (n2 41, 20 de Fevereiro de 1991) publicava um artigo de João Alves das Neves sobre dois persona­gens e um local. O local é o Moledo (da Penajóia) e os personagens são Cecília Meireles e Fernando Correia Dias.
O jornal chegou-nos pela Mimi, Professora no concelho de Baião a quem alguém o mostrou.
Ora bem, Fernando Correia Dias era da Penajóia, onde nasceu, na Mata, em 1892, filho de Manuel Correia Dias e de Maria Amélia da Conceicão. O seu baptismo tem o número 116 daquele ano,
Muito novo, emigrou para o Brasil, onde foi pintor e. caricaturista, com desenhos em jornais, revistas, etc. Ali casou com Cecília Meireles, de ascendência açoriana, e que se dedi­cou às letras e cultura. Foi por isso que vieram a Portugal em 1934, onde queriam contactar Fernando Pessoa; Cecília Meireles teria feito várias Conferências nas Universidades de Lisboa e Coimbra sobre Literatura Brasileira.
O seu sucesso marcou negati­vamente seu marido, que, despeitado por não ser recebido da mesma ma­neira no seu Pais, se suicidou depois do regresso ao Brasil.
Por esta altura vieram à Penajóia e ao Moledo (onde há ainda os CORREIA DIAS), onde Cecília Meireles recolheu
muitas quadras populares que publico. no seu "Cancioneirinho de Moledo de Penajóia".
Na opinião do autor do artigo, que transcreveu 19 quadras, o Cancioneirc ainda não está impresso e ECOS DE PENAJÓIA podia fazê-lo, se as filhas ou o depositário do .Cancioneirinho' nos autorizassem a fazê-lo sem gran­des encargos para o jornal, como sejam os direitos de autor, etc.
Será que algum patricio dos que moram no Rio de Janeiro se poderia interessar pelo caso e arranjar-nos o Cancioneirinho? Serão vivas as filhas do casal, Maria Elvira, Maria Matilde e Maria Fernanda Correia Dias?
E alguém de cá sabe mais alguma coisa sobre esta familia? Não serão primas dos Correia Dias? Maria Matilde falou para a revista MANCHETE em 23­1-1982, não há muitos anos. Pos­sivelmante, ainda é viva. Se há algum estudante de Letras e literatura Brasil­eira, filho de Penajoienses, talvez possa descobrir alguma coisa, que muito nos interessaria.
Alô, Penajoienses, alô, Rio! Va­mos descobrir alguma coisa? É que se fala de 800 quadras, aqui e agora já desconhecidas. .
E ai vai uma:
"Não há negro como o melro Não há branco como o leite As mocinhas do Moledo Têm olhinhos de confeito".
P. Armando Ecos de Penajóia - Março1981
Fr. Cardoso

PENAJOIA NA POESIA


Ó TERRA FECUNDA E LINDA!
COMO TU OUTRA NÃO VI.
MEUS OLHOS CHORAM SAUDADES,
POR ESTAR LONGE DE TI.
É MEU CANTINHO AMIGO,
EM TERRAS DE PORTUGAL;
DÁ BATATAS AZEITE E VINHO
E CEREJAS NO CEREJAL.
AS SUAS CASA CAIDAS,
FUGINDO ENCOSTA ABAIXO,
CAINDO COMO CASCATAS,
NO RIO QUE PASSA EM BAIXO.
SÓ A IGREJA QUIZ FICAR ,
LÁ NO MEIO DE MOLÃES,
ONDE OS CRISTÃOS VÃO REZAR
JUNTO Á ESTRADA LAMEGO-CINFÃES.
PENAJÓIA DAS VINDIMAS,
QUE ALEGRA O VERÃO QUENTE,
ONDE A VIRGEM, LÁ DE CIMA,
ABENÇOA A BOA GENTE.
FREI CARDOSO,OFM - ECOS 1990.

domingo, 23 de março de 2008

VISITA PASCAL


O Domingo de Páscoa é um dia de festa, porque simboliza e evoca, no ritmo cristão, o primeiro dia do mundo novo inaugurado com a Ressurreição de Cristo. O Domingo de Páscoa é, nesse sentido, o mais festivo de todos os domingos. Por isso proclama a Liturgia: - «Este é o dia que o Senhor fez! Exultemos e cantemos de alegria!» Por isso também, nele, a Igreja celebra com especial solenidade a Eucaristia, memorial que recorda aquele mistério.É um costume muito enraizado no norte de Portugal, este de, no Domingo de Páscoa, um grupo de pessoas («Compasso»), sempre que possível presidido por um sacerdote, com trajes festivos e partindo da respectiva igreja paroquial, se dirigir com a Cruz enfeitada aos lares cristãos a anunciar a Ressurreição de Cristo e a abençoar as suas casas. Soam campainhas em sinal de júbilo, fazem-se tapetes de flores pelas ruas e caminhos, estrelejam foguetes no ar. Entrando em cada casa, estabelece-se um pequeno diálogo celebrativo. Dá-se depois a Cruz a beijar a todos os presentes. Tradição que o povo do norte matem e dá grande relevo a esta antiga tradição..
Fr Cardoso, ofm

sábado, 22 de março de 2008

JESUS DEPOSITADO NO SEPULCRO



Sábado Santo
.Hoje, Sábado do silêncio a Igreja permanece junto do túmulo do Senhor, meditando na paixão e a morte de Jesus, e na Sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição.
Neste dia de silêncio a comunidade cristã reza junto ao sepulcro. Não se ouvem os sinos nem outros instrumentos musicais. Estes vão estar presentes na aleluia e na bênção do lume novo. É um dia para reflexão e aprofundamento da nossa fé. Uma paragem na vida da Igreja para contemplar, meditar e orar. O altar está despido. O sacrário aberto e vazio. A Cruz continua entronizada desde a tarde de ontem dia. Jesus morreu. Quis vencer com sua própria vida o mal da humanidade. É o dia da ausência. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo. Depois de seu último suspiro na cruz diz, "por que me abandonaste?", agora ele cala-se no sepulcro. Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Jó. Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, com sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos não tanto momentos cronológicos de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado: è o mistério do Sábado Santo.

Fr. José Jesus Cardoso

quinta-feira, 20 de março de 2008

Via Sacra

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INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA

Iniciamos, esta tarde com a Eucaristia da Ceia do Senhor o Tríduo Pascal. A celebração da morte e da ressurreição do Senhor. O centro da celebração da Quinta-Feira Santa é a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial e o novo mandamento do amor que Jesus deu aos seus discípulos. São João, o autor do quarto evangelho, não narra a instituição da Eucaristia, provavelmente, porque os outros três evangelhos e São Paulo já o haviam feito, além de mais, quando João escreveu o seu evangelho no final do primeiro século, a celebração da eucaristia já era corrente nas comunidades cristãs.
Jesus instituiu a Eucaristia. “O Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em memória de mim”.
.Na ceia, Jesus antecipa os sinais do pão e do vinho o seu sacrifício e a entrega que ele fará no dia seguinte. O pão e o vinho são um sinal real e eficaz de Jesus que se entrega à morte para a salvação de todos num ato extremo de amor e de solidariedade para com a humanidade. É a nova e eterna aliança de Deus com a humanidade. Agradeçamos a Jesus a instituição da Eucaristia, o sacrifício da cruz, a presença salvífica de Jesus em nosso meio e alimento espiritual de garantia da vida eterna.
Na Eucaristia, São João narra a cena do “ Lava-pés”. Durante a ceia com seus discípulos, “Jesus levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Participar da Eucaristia, comungar o corpo e o sangue de Cristo, é comprometer-se a fazer da própria vida uma entrega fraterna e solidária aos nossos irmãos, especialmente, aos mais necessitados, os enfermos, os pobres, as pessoas com deficiência, os anciãos, as crianças. Desta forma, estaremos colaborar para a promoção das pessoas e evitando o perigo de continuar perpetuando a desigualdade social. Cristo é a nossa Ressurreição.
Frei cardoso, OFM.

quarta-feira, 19 de março de 2008

DIA DE S.JOSÉ



DIADE S.JOSÉ
S. José homem humilde e silencioso, servo fiel e prudente que o Senhor, constituiu chefe da Sua Família, que ocupou um lugar de primeira impotência na inserção do Filho de Deus na história dos homens. Descendente de David como diz o Evangelho (Mt 1,20) une por parentesco Cristo com a ascendência da qual Israel esperava a vinda do Messias.
Como humilde carpinteiro de Nazaré, realiza-se a promessa feita a David a quem Deus confia a missão de esposo sublime entre todas as criaturas para ser o Pai virginal do Filho do Altíssimo. É “justo” no pleno sentido da palavra que significa virtude perfeita e santidade. Uma justiça que invade todo o seu ser mediante uma pureza total do coração. Uma completa adesão à vontade de Deus. “Não temas recebe Maria tua esposa”. Com mais fé do que Abraão, acreditou naquilo que humanamente é inimaginável: a maternidade de uma virgem e a encarnação do Filho de Deus. Pela sua fé e obediência, mereceu que estes mistérios se realizassem sob a sua tutela.
S. José foi sempre um acto constante de fé e obediência. A su situação de chefe de família obriga-o a entrar numa particular intimidade com Deus.
S. José nada tem para si a não ser os prodígios divinos que seus olhos contemplam , viu o Menino Infante repousar no seio da Virgem Maria, viu-o com os Magos, com os Anjos a “cantarem glória a Deus”, com os pastores e acompanhou-O na fuga para o Egipto.
S. José é para todos um estímulo de fé e de trabalho.

Fr. José de Jesus Cardoso, ofm.

domingo, 16 de março de 2008

DOMINGO DE RAMOS



DOMINGO DE Ramos, RITO QUE VEM DESDE A IDADE MEDIA
Enquanto o Natal é uma festa fixa, a Páscoa é uma festa móvel, tendo a sua data sido determinada pelo Concílio de Nicéia (325) para o domingo que se segue à lua cheia do equinócio da Primavera. Uma semana antes celebra-se o Domingo de Ramos, a celebração que dá início à Páscoa. Por todo o país multiplicam-se as cerimónias litúrgicas que marcam o início da Semana Santa e comemoram a entrada de Jesus em Jerusalém onde foi acolhido pela população que entoava cânticos e acenava com ramos de palmeiras e oliveiras, segundo relatos da Bíblia e de outros textos. Ponto alto das celebrações é a bênção dos ramos seguida (ou não) das chamadas procissões dos ramos, que por vezes têm designações específicas em algumas regiões. Tradicionalmente, os "ramos" podem ser simples, de palmas ou de oliveira, ou formados também por outras espécies como loureiro, alecrim.
Nas procissões desfilam os ramos que previamente foram benzidos na igreja e que depois são levados para casa para protegerem ,de certos males e darem sorte outros por exemplo; são destinados aos padrinhos que em troca oferecem o folar ou dão "as amêndoas" (termo que no plural pode significar, neste contexto, "qualquer oferta que se faz pela Páscoa").Esta procissão surgiu depois que um grupo de cristãos da Etéria fez uma peregrinação a Jerusalém e, ao retornar, procedeu na sua região da mesma forma que havia feito nos lugares santos. O costume passou a ser utilizado por outras igrejas e, ao final da Idade Média, ficou incorporado aos ritos da Semana Santa.
Fr. Cardoso

domingo, 2 de março de 2008

NECESSIDADE DE PURIFICAÇÃO



QUARESMA NECESSIDADE DE PURIFICAÇÃO


Não é possível reconhecer a nossa condição de peregrinos a caminho da santidade, como humildes pecadores, que por acções e omissões, vamos deixando secar no coração o amor que salva.
Em cada Quaresma, ao longo dos quarenta dias, através de acções mais diversas, a Igreja, nos ensina e adverte, tanto para a possibilidade da santidade ao alcance todos, como para o perigo do pecado pessoal, ao qual não faltam ocasiões e portas abertas a pecar.
É tempo de purificação. A Igreja apela para isso. A palavra de Deus, revelada e transmitida pela tradição ajuda-nos a entender que o santo é o cristão normal e que a santidade está ao alcance de todos os filhos de Deus, numa fé esclarecida e coerente. Não podemos esquecer que é breve o tempo de peregrinar no mundo. É preciso assumir esta verdade. Se acreditamos no Espírito Santo, peçamos-lhe também que nos conduza e anime à nossa vocação à santidade. O pecado não faz parte da Igreja, mas é resultado da falta de verdade. Por isso a Igreja nunca deixará de convidar os cristãos à conversão.
O tempo da Quaresma é uma oportunidade para ir à procura do amor de Deus e experimentar a alegria do Perdão. A Igreja - Mãe e mestra nos estimula e adverte para o perigo do pecado.
Uma coisa quero: continuar a correr para o prémio a que Deus nos chama em Cristo Jesus, para sermos salvos pela sua Cruz. A Cruz de Cristo é a fonte de todo o perdão e todas as graças, porque Cristo, nascendo de nós, tomou uma natureza que ofereceu por nós.
Fr. José de Jesus Cardoso

 
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