sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

HINO DE NATAL


Nasceu o Verbo sem começo,
O Criador do homem fez-se homem,
À terra de que é Deus e Senhor
O Altíssimo desceu feito Menino.
Em nossa carne veio o Poderoso
Na fraqueza mostrar a sua força.


Misterioso sinal do amor divino:
O Criador do Mundo é criatura,
Como escravo nasceu o grande Rei,
Em figura mortal o Autor da Vida.
Servindo o Homem, vem o nosso Deus
Trazer aos homens vida em plenitude.

Ó Virgem Gloriosa, Mãe de Deus,
Ó filha predilecta do Altíssimo,
Habitou em teu seio virginal
Aquele que o mundo todo não contém,
Ó Virgem, que à luz deste a luz do mundo,
Senhora, Mãe de Cristo e nossa Mãe!

(da Liturgia)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

CAMINHAR PARA O NATAL

Os cristãos com o tempo do Advento preparam-se para receber Jesus Cristo, luz do Mundo.
São Francisco de Assis, sempre agradeceu ao Senhor, este momento em que toda a humanidade se volta para Belém, local sagrado onde o Menino Jesus nasce, o Deus da História, o Deus do alto que vem ao nosso encontro, revestido da nossa fragilidade, da nossa pequenez, não diminuindo o seu amor por nós.
Vamos reflectir este acontecimento e ponhamos em prática o que Ele nos ensina em cada Natal. Sendo assim, estaremos a contribuir mais para que o seu Reino transcenda a presença de Deus em nossas vidas.
Para S.Francisco de Assis, o Natal é a Festa das Festas, é a obra Redentora de Deus, que culmina com o próprio Deus feito Homem. A Igreja, no seu papel de mãe e mestra, por meio das festas natalícias, aprofunda a vivência deste nascimento para que todos os cristãos vivam o seu recto sentido e a riqueza da vivência real e profunda do Natal.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ENVELHECER

SENHOR,
ENSINA-ME A ENVELHECER


Ajuda-me a reconhecer
as coisas boas da minha vida,
dá-me força para aceitar
as minhas limitações
cedendo aos outros o meu lugar,
sem ressentimentos nem recriminações.
Que eu aceite ir-me desapegando das coisas,
e veja nisso uma sábia lei da tua Providência
que regula o tempo e preside à vida das gerações.

Faz, Senhor,
que eu seja ainda útil para o mundo,
com as minhas pequenas tarefas,
mas sobretudo com o meu testemunho
de paciência e bondade
de serenidade, alegria e paz.

Dá-me, Senhor, a tua força
para enfrentar as contrariedades de cada dia,
particularmente a doença e a solidão.

Que os últimos anos da minha vida mortal
sejam como um por do sol feliz:
na oração e na caridade,
na compreensão e na esperança,
que eu saiba envelhecer e morrer
com a serenidade e a coragem
com que Tu, Senhor, morreste na cruz!

Para que um dia possa também ressuscitar
para a glória do teu e nosso Pai
e ir ao encontro daqueles
que partiram antes de mim!
Ámen.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O QUE SARAMAGO PENSA DA BÍBLIA


O QUE SARAMAGO PENSA DA BÍBLIA
Muita coisa se tem dito e escrito acerca das polémicas afirmações de José Saramago, sobretudo nesta sua última publicação a que dá o nome de “Cain”, e que deve estar a ser muito rentável para o seu bolso, à custa da falta de dignidade e do bom senso para com a literatura universal e para com os crentes na Sagrada Escritura.Pelo facto de não ser crente não tem o direito de ofender os Judeus, Cristãos e Muçulmanos.Não sou apreciador da literatura de José Saramago mas não desconsidero a sua obra. Como cidadão, Saramago tem o direito de ter os seus ideais e de expressar com clareza, e frontalidade o seu ateísmo, seja nas suas obras ou naquilo que diz.Para se ser respeitado, e ver respeitadas as suas convicções, é preciso a prudência de se dar ao respeito. Defender o seu livre pensamento é uma coisa; outra é a forma como o faz arrogantemente e que parece denotar a sua personalidade.O Nobel da literatura parece ter-lhe subido à cabeça, por isso mesmo anda por aí a agredir e ofender as três grandes Religiões monoteístas provocando-as e dizendo da Bíblia e de Deus o que nem ele mesmo sabe ou crê.Nada pode espantar, a este nível, o que este senhor escreva ou diga na medida em que é conhecida a sua clara convicção de anti-religioso, na verdade um incompreendido que nega Deus. Para ele Deus não existe mas não lhe sai do pensamento. Dentro dele há uma nova forma de rancor e ateísmo. A Bíblia para ele “é um manual de maus costumes”, Bento XVI “é um hipócrita”. Afirmações como estas só denotam que o prémio Nobel da literatura é um homem cruel e sem escrúpulos alguns que lhe permitissem respeitar os outros naquilo que são ou crêem.Saramago caminha por sendas estranhas, ao olhar a Bíblia de forma rude, e não reconhece tal facto nem procura sequer uma abertura de diálogo construtivo onde possa aprender algo mais do que o pouco/nada que conhece da Sagrada Escritura. Na verdade, passa a ele mesmo um atestado de não conhecimento da maior obra literária de todos os tempos: as·Os Crentes na Bíblia têm o direito à defesa dos seus princípios, valores e credos já que a fé é um acto de liberdade. A ele... que Deus lhe perdoe. Saramago mais não é que um cego viandante por este mundo a guiar o cego interior que tem dentro de si.
Fr. Jose Jesus Cardoso. ofm.

domingo, 19 de julho de 2009

CONVENTO DA LUZ - LISBOA

Seminário da Luz
Situado na Freguesia de Carnide, o palacete foi mandado construir por Jacinto José Oliveira entre os anos de 1875-1880. Com a fachada neoclássica virada para o Largo da Luz, o edifício, e seus jardins envolventes, localizam-se entre a Estrada do Lumiar a Rua Padre Américo e Rua do Seminário. Da sua fachada posterior, contempla-se um amplo e cuidado jardim de cariz romântico, integrando diversos equipamentos, designadamente as antigas cocheiras, a estufa de viveiros, cisternas, e de cariz mais lúdico, o relógio, a mesquita e a torre.
Em 1939 a propriedade encontrava-se à venda, vindo a ser adquirida em 1940 pela "Corporação Missionária Província Portuguesa da Ordem Franciscana”, tendo sido feitas algumas adaptações para o funcionamento do Seminário, sem contudo alterar significativamente a traça original do imóvel, bem como do seu jardim.
O coberto vegetal do perímetro do palacete é marcado por uma grande heterogeneidade, evidenciada por dois espaços distintos.
Uma primeira área, defronte do alçado posterior da casa e na direcção da escadaria de acesso ao jardim, é marcada por um alinhamento de Palmeira-das-Canárias (Phoenix canariensis), por um jardim formal de buxo que rodeia um lago, por uma reduzida zona de clareira e pela presença de alguns exemplares de Pata-de-Elefante (Nolina recurvata) e Araucária (Araucaria spp,).
Numa segunda área correspondente à zona onde o arvoredo é mais denso, o espaço é serpenteado por uma rede de caminhos e canais onde a água é determinante. Estes elementos enquadrados pela densa vegetação de Árvore-de-Incenso (Pittosporum undulatum), de particular beleza conferida pelas brilhantes folhas perenes a que se associa uma flor de aroma agradável e perceptível a longa distância, entre outras, conferem ao local o ambiente romântico da época. O estrato herbáceo está bem presente e é composto por um conjunto variado, donde se destacam a Gilbardeira (Ruscus sp), o Acanto (Acanthus mollis,) a Avenca (Adiantum spp) e a Costela-de-Adão (Monsterra deliciosa), entre outras, numa policromia e mescla de aromas que despertam os sentidos.
Um caminho perpendicular ao palacete, separa estas duas áreas desde o portão de acesso ao exterior até ao topo oposto do jardim, junto do qual se encontra uma fonte com relógio, enquadrada por um pequeno lago.
Envolvido por uma malha urbana cada vez mais densa e compacta, esta mancha verde é um espaço patrimonial que assume um importante papel na salvaguarda da qualidade ambiental da cidade de Lisboa.

Fr. J.J.Cardoso,ofm.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

OFM - Governo Geral

Na manhã do dia 04 de Junho de 2009, os 152 irmãos capitulares, representantes de toda a Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), reunidos em Santa Maria dos Anjos (Assis – Itália), reelegeram Frei José Rodríguez Carballo como Ministro Geral.
No rito de eleição, presidido pelo Delegado Papal, Cardeal Dom José Saraiva Martins, Frei José Carballo aceitou novamente este «tempo de serviço», recebendo das mãos do purpurado o «selo de toda a Ordem dos Frades Menores». (cf. imagem no destaque).
Frei José Rodríguez Carballo tem 56 anos e é natural da Galiza (Espanha). Além do cargo de Ministro Geral, que exerceu no último sexénio, foi Secretário Geral para a Formação e os Estudos, Presidente da União dos Frades Menores da Europa (UFME), Ministro da Província Franciscana de Santiago de Compostela e Mestre de religiosos em período de formação. É licenciado em Teologia Bíblica (Jerusalém) e em Sagrada Escritura (Roma), tendo sido professor destas disciplinas na Faculdade de Teologia da Universidade de Santiago de Compostela.
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No dia seguinte, 05 de Junho, os irmãos capitulares elegeram para Vigário Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, franciscano norte-americano de 55 anos. Ministro Provincial da Província do Sagrado Coração de Jesus (EUA), foi formador, missionário na República Democrática do Congo (10 anos) e integrou a Comissão Internacional de Justiça Paz e Integridade da Criação. O seu curriculum académico inclui um Doutoramento em Antropologia Teológica, um Mestrado em Teologia, um Mestrado em Formação Sacerdotal e um Bacharelato em História e Filosofia.
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No dia 06 de Junho, o Capítulo Geral deu por terminada a sua tarefa electiva, elegendo Definidores da Ordem:- Para a Região da África e Médio Oriente: Frei Vincent Mduduzi Zungu, franciscano sul-africano, de 43 anos.- Para a Região da Ásia e Oceânia: Frei Paskalis Bruno Syukur, franciscano indonésio, de 47 anos.- Para a Região Anglófona: Frei Francis Walter, franciscano norte-americano, de 59 anos.- Para a Região da Europa Central: Frei Roger Marchal, franciscano francês, de 55 anos.- Para a Região Ibérica: Frei Vicente-Emilia Felipe Tapia, franciscano espanhol, de 58 anos.- Para a Região Italiana: Frei Vincenzo Brocannelli, franciscano italiano, de 66 anos.- Para a Região Eslava: Frei Ernest Karol Sielierka, franciscano polaco, de 49 anos.- Para a Região Latino-americana: Frei Nestor Inácio Schwerz, franciscano brasileiro, de 60 anos; e Frei Julio César Bunader, franciscano argentino, com 58 anos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

PRÉMIO PARA FREI CARDOSO

PRÉMIO NUNES CORREA VERDADES DE FARIA
Nunes Correia Verdades de Faria foi um benemérito da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa e outras instituições que deixou um grande legado para criar um prémio que concedesse às três individualidades que mais se destacassem em Portugal, no “ Cuidado e carinho dispensados aos Idosos desprotegidos”, bem como no “Progresso da medicina na sua aplicação às pessoas idosas”, e ainda no “Progresso no tratamento das doenças do coração”.
Sendo assim, na sequência do concurso realizado para o efeito, dos candidatos do Ano 2008, o Júri dos Prémios, decidiu, por unanimidade: Atribuir o prémio na área do Cuidado e Carinho Dispensado aos Idosos desprotegidos a Frei José de Jesus Cardoso, da Ordem dos Frades Menores da Província Portuguesa da Ordem Franciscana, que cedo iniciou uma grande obra de solidariedade desenvolvida na Enfermaria Provincial da Luz em Lisboa, cuidando de irmãos idosos e doentes, demostrando grande generosidade e dedicação nos momentos mais difíceis , junto dos que mais sofrem.
É um exemplo de uma vida que sempre num espírito de grande simplicidade e muita alegria, realiza o ideal e mandato de São Francisco de Assis de que “ os irmãos enfermos devem ser os primeiros de todos os Irmãos”.
A atribuição deste Prémio é a homenagem prestada ao mérito do trabalho, estilo e empenhamento, que Frei José de Jesus Cardoso tem dedicado toda a sua vida ao serviço dos irmãos na Enfermaria da Luz, dando uma atenção especial aos mais sós .
O prémio foi-lhe entregue em cerimónia na Residência do Fundador de Nunes Correa Verdades de Faria em Sessão Solene, perante o Júri presidido pelo Senhor Presidente da Santa Casa de Mesiricórdia de Lisboa no passado dia 14 de Maio de 2009.

sábado, 9 de maio de 2009

Capitulo das Esteiras


Todos estamos convidados a dar graças pelo dom que Deus nos concedeu, e à sua Igreja, chamando os cristãos, por intercessão de Francisco e de seus companheiros, a aceitar na sua totalidade o Evangelho de Jesus Cristo, para uma nova forma de viver.
Este chamamento – a graça das origens – não deixou de ressoar, de ser compreendida, de se expressar com a vida, ao ponto de, oito séculos depois, abarcar uma multidão inumerável de homens e mulheres de todas as condições e estados de vida…
O acontecimento que estamos a celebrar interessa-nos a todos: não o podemos viver cada qual por sua conta. É um convite a entrar, desde já, em acção de graças … e no projecto de Francisco e dos seus irmãos, de «viver segundo o Evangelho de Jesus Cristo», aprovado pelo Papa Inocêncio III em 1209.
À distância de oito séculos, temos a graça de ser herdeiros deste projecto, e o sério compromisso de ser seus continuadores.
Da carta da Conferência da Família Franciscana,como preparação para o VIII Centenário

domingo, 12 de abril de 2009

RESSURREIÇÃO DE CRISTO



VISITA PASCAL

Tradição que está muito enraizada no norte de Portugal embora se vá notando já uma pequena quebra em algumas cidades por falta de incentivo do clero.
Na minha freguesia há Visita Pascal chamam-lhe “compasso”. De casa em casa vai passando um grupo de pessoas acompanhando, se possível, o pároco da terra e na falta deste por um jovem seminarista vestido com trajes litúrgicos e festivos partindo da respectiva Igreja Paroquial, dirigindo-se com a cruz aos lares cristãos a anunciar a Ressurreição de Jesus Cristo, abençoando as pessoas e as casas. Pelo caminho anunciam a chegada ao toque de uma sineta que como que canta “Aleluia” em sinal de júbilo. Nos caminhos e ruas e nas portas de casa há flores e alecrim. Estralejam foguetes no ar. Entram em cada casa, onde se estabelece um pequeno diálogo celebrativo do momento que se vive e depois dá-se a cruz a beijar aos presentes, começando pelos mais velhos.
Nas aldeias a Páscoa é vivida com alegria, onde não falta as doçarias próprias da época, que variam de lugar para lugar.
A vista pascal faz-se sempre ao domingo e segunda-feira de Páscoa. Também é hábito por estas paragens dar o “folar” ao Pároco que visita as casas. As ofertas são variadas... Mas quase sempre dão dinheiro.
A Páscoa é dia de festa na aldeia e um recuperar de energias para mais um ano cristão.

Fr. José Jesus Cardoso, ofm.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO



PÁSCOA DA ESPERANÇA
A Páscoa Cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo. que, segundo a Bíblia, teria ocorrido três dias depois da sua crucifixão. Para entender o significado da Páscoa cristã é necessário recordar que muitas celebrações antigas foram integradas nos acontecimentos relacionados com Cristo. Para os Cristãos, a Páscoa é a Festa das Festas. Não se fica pelas flores e amêndoas. Com a Páscoa vêm energias novas e renovadoras que vão dar sentido à vida, daqueles que a celebram com fé e permanecem unidos a todos os crentes que a celebram com esperança.
Jesus Cristo o vencedor da morte é a figura central na história da humanidade. A Páscoa é “passagem da morte à vida”. Só o amor é capaz de a realizar em todas as circunstâncias. O amor de Deus grande em misericórdia dá-nos o Seu Filho. Jesus Cristo vem carregado de esperança para ajudar a humanidade. Nesta certeza podem os cristãos saborear a alegria e a paz que no Aleluia pascal se manifesta, Cristo Ressuscitado é a luz da Igreja. Sem esta luz a vida cristã não tem vida. Acontecimento único com sentido que a todos permite gozar e cantar, porque Jesus morreu numa cruz e que ressuscitou por causa de nós. Por isso, Ele é para nós a razão da nossa existência, o centro da nossa vida.

Fr. José de Jesus Cardoso, ofm.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

MOLEDO DA PENAJÓIA

O Lugar do Moledo, rico de tradições e muito conhecido pela Barca! Rio e paisagem entram na nossa alma como sentimento e principalmente de quem deixou esta terra há muito tempo.
A vida do Moledo é feita de pequenos nadas, mas a todos encanta com o que dela ainda resta das suas tradições. A capela da Senhora D’ Ajuda, com o seu brasão real, os homens ilustres que lá nasceram e outros menos ilustres, mas que se tornaram figuras típicas e ainda hoje recordadas pelos mais velhos.
O Moledo é o coração da zona ribeirinha. História não lhe falta. Hoje um povo que diminui em população, poucas crianças pouca juventude e alguns idosos.
Tarde chegou a estrada que atravessa, o caminho que o leva a Molães, é muito difícil de subir, uma velha “estrada” de grandes pedras e que foi “caminho de Santiago” para os peregrinos do Sul. A Escola Primária encerrou há mais de vinte e cinco anos e recebia as crianças do Moledo, Cordoeiro, Curvaceira, Lenço, Ribeira e Palheiros, no tempo que por lá passei, isto em 1957.
Por este povo passa o ribeiro que vem de Molães, que nesta altura é difícil encontrar água que chegue ao rio. Alguns melhoramentos públicos, feitos pela Junta de Freguesia. lavadouros, fontanários, caminhos, etc. Noutros tempos teve posto do correio, por este lugar ficar perto da Estação da Rede e da Barca, que o tranportava.Teve mercearia e outros serviços. Hoje estes serviços são feitos pelo comércio ambulante ou o povo têm de se deslocar a Molães, Régua ou Lamego.
Este lindo povo, situado entre a Quinta de Santa Clara e a do Canal, produz boas cerejas e boas uvas de mesa, vendidas pelos proprietários ou por intermediários para os mercados do Porto, Guimarães e Braga.
A estrada veio permitir melhores construções habitacionais e desenvolvimento destas gentes ribeirinhas.
Se alguém quiser conhecer a antiga técnica de argamassa vá ao Moledo e peça aos proprietários da “ Albergaria” para visitar o interior descobrirá palha espalhada pelo barro ou em tranças, que se aguentou séculos até aos nossos dias e poderemos ver como se faziam as casas. É de admirar!
O que se não pode mostrar é a “Barca por Deus” ultimamente a Barca já não era “ por Deus”, mas por dinheiro e pertencia à Câmara, tendo deixado de existir por causa da subida das barragens.
Moledo é ainda hoje um lugar de beleza e onde se pode respirar ar puro.

Frei José de Jesus Cardoso, ofm.
Lx.09/04/2009.

sábado, 4 de abril de 2009

800 ANOS DA APROVAÇÃO DA REGRA DA ORDEM DOS FRADES MENORES




Celebrar 800 anos OFM

O Presidente da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva, recebeu, na manhã do passado dia 30 de Março, o Ministro Geral e o Provincial da Ordem dos Frades Menores em Portugal, para além de outros membros da Ordem Franciscana.
Este encontro na Presidência da República teve como propósito manifestar o sentimento de gratidão dos Franciscanos ao povo português, na pessoa do seu Presidente, pelo acolhimento dado ao ideal de São Francisco de Assis desde os inícios da sua Ordem. De facto, os franciscanos estabeleceram-se em Portugal em 1217, cumprindo determinação do Capítulo Geral desse ano que os enviara em missão para fora da Itália. Nesse mesmo ano erigiram os conventos/eremitérios de Alenquer, Guimarães e Lisboa. A história gravou o nome de dois destes pioneiros: Frei Zacarias de Roma, em Alenquer, e Frei Gualter que o povo celebra ainda em Guimarães.
O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei José Rodríguez Carballo, esteve em Portugal de 30 a 31 de Março, nas celebrações dos 800 anos da aprovação da Regra de São Francisco de Assis e da fundação da Ordem dos Frades Menores.
Esta visita situou-se no cerne do movimento celebrativo pelo qual, «em espírito de ‘Graça das Origens’ e do chamamento do ‘Espírito de Assis’, somos convidados a valorizar e difundir a actualidade e perene vitalidade da vocação franciscana» – sublinhou o Ministro Provincial dos Franciscanos em Portugal, Frei Vítor José Melícias Lopes.

sábado, 14 de março de 2009

ECOLOGIA E PROGRESSO

JUSTIÇA, PAZ, PROGRESSO E ECOLGIA
Muitas pessoas têm um conceito romântico e simples de Ecologia, sem compreenderem o verdadeiro sentido de como o Planeta Terra está a ser afectado pelo progresso.
Na difusão da mensagem de espírito de São Francisco de Assis, mensagem de Paz e Bem, consideramos que o objectivo principal é proteger a mãe natureza.
O Mundo enfrenta, hoje, um conjunto de problemas que põem em perigo a sobrevivência da Humanidade. Estamos perante uma crise mundial.
Nesses problemas podemos agrupar a Paz, a Justiça e o meio Ambiente. Cada vez se torna mais urgente a sua interrelação.

NA JUSTIÇA

Muitos milhões de seres humanos não podem satisfazer, na actualidade, as necessidades elementares da vida de milhões de vítimas da violência da guerra. Muitos seres humanos morrem por falta de compreensão dos políticos e por falta de alimentos.
O carácter da vida está ameaçado em todo o mundo. Muitas nações pobres não podem oferecer aos seus cidadãos os alimentos necessários à sua sobrevivência. Cada vez há mais injustiças económicas, mesmo nos países mais ricos. Os direitos humanos são cada vez mais violados, não falando dos direitos económicos, sociais, culturais, religiosos civis e políticos.
As nações não podem, por elas mesmas, superar os problemas da justiça e da pobreza. É necessária uma nova ordem internacional, em que os direitos humanos sejam reconhecidos e se estabeleça a justiça para todos.

A PAZ

Muitas guerras têm causado imensas perdas de vidas humanas. Os arsenais de armas são uma ameaça contínua à paz e à solidariedade entre os povos. É um risco continuo!..Os gasto que se fazem com o armamento em todo o mundo, consomem muitos recursos, que são precisos para o progresso e protecção do meio ambiente.
Prevenir a paz devia ser uma tarefa dos governos e dos políticos. Há que acabar com as guerras. É de Paz e de Amor pelas criaturas e pela natureza que se deve instaurar uma ordem internacional.

AS AMEAÇAS AO MEIO AMBIENTE

Dizem as ciências e a tecnologia que têm desaparecido do nosso planeta alguns milhares de espécies diferentes de animais e plantas. É evidente que a humanidade te causado danos irreparáveis à Natureza.
Os problemas energéticos são enormes. São necessárias medidas urgentes e coordenadas a nível mundial. A sociedade moderna corre para o caos, se não tiver juízo. A sociedade industrial corre o perigo eminente de se destruir a si mesma. É pena!...


Fr. José Jesus Cardoso, OFM

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

SOFRIMENTO FONTE DE RENDENSÃO

Hoje dia 11 de Fevereiro, celebramos o Dia Mundial do Doente.
Nunca será demais incluir na nossa amizade a ternura pelos nossos doentes e idosos com gestos e palavras de acolhimento no centro das nossas vidas. A Comissão Nacional da Pastoral da Saúde deseja valorizar esta dimensão essencial da vida cristã, para que os doentes não sejam afastados das famílias nem ignorados ou esquecidos.
Que cada família cuide dos seus doentes na medida do possível e os envolva de ternura, presença e solicitude constante do seu amor fraterno.
O sofrimento e a dor pode tornar-se peso sem sentido, cruz sem cireneu, mas pelo contrário pode-se transformar em caminho de redenção, em crescimento e em bem-aventurança.
Muitas vezes o sofrimento nos aproxima, nos liberta e nos faz irmãos. São estes sentidos na vida que nos deixam marcas de esperança, serenidade e alegria.
Aqui lembro todos os idosos e doentes, sobretudo aqueles com quem trabalho e a quem generosamente dedico a vida o meu trabalho e gestos de ternura do amor de Deus pelos que sofrem. Que Nossa Senhora de Lurdes me ajude a continuar a suavizar a dor de todos os doentes e de quantos cuidam dos nossos doentes e idosos.
Os doentes são o caminho da redenção “completam no seu corpo o que falta à paixão de Cristo” CL 1,24).


Fr. José Jesus Cardoso

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

UM HOMEM ILUSTRE DE MOLEDO DA PENAJOIA



UM HOMEM ILUSTRE DE MOLEDO DA PENAJÓIA
Fernando Correia Dias bem cedo deixou a casa dos pais, em Moledo da Penajóia e foi estudar para Coimbra artes gráficas, pintura e desenho.
Nasceu numa casa reconhecida na região como Palácio da Boa Esperança, ali, mesmo à beira do rio Douro. Dela se pode avistar através das suas muitas janelas uma paisagem deslumbrante de vinhedos em socalcos pelas montanhas acima. No portal da casa brasonada com armas de pedra com insígnias: “Valor, Lealdade, Mérito” rodeado de glicínias. Um casarão à beira do rio entre serras e vinhedos que no Outono ficam salpicados de cores douradas e vermelhos e despidas de cachos de uvas.
Serviu esta casa numa das suas salas para Escola do Ensino Primário às crianças desta povoação, onde também eu fui aluno e hoje está votada a ruína.
Fernando Correia Dias um jovem dos mais equilibrados e inteligente artista (palavras de Virgílio Correia). Pertence ao grupo de Coimbra e foi, com Crhistiano Cruz e Luís Philipe, um dos introdutores de uma nova visão estética, que veio a desenvolver-se no Modernismo.
Nasceu em Moledo da Penajóia em 10 de Novembro de 1892 e aos 21 anos foi para o Brasil. No Rio de Janeiro, onde desembarcou em Abril de 1914, era esperado no cais por um grupo de escritores e artistas, entre os quais o poente e ensaísta carioca Ronald de Carvalho. A sua noção intelectual e distinta é o reconhecimento do seu esforço em compreender a vida Cultural Brasileira onde fez muitas outras amizades. Foi um “ renovador das artes gráficas “ no Brasil.
Provavelmente, foi na redacção da Revista da Semana onde o artista português conheceu, no final de 1919 ou início de 1920, a jovem escritora e professora do ensino fundamental, ela que ali fora levar uma colaboração aos editores do periódico -o Conto “Si sustenido”, que seria publicado na edição de Janeiro de 1920. Assinava Cecília Meireles. As qualidades do artista devem ter chamado a atenção de Cecília e certamente lhe despertou a identificação de afinidades electiva. Conheceram-se em 24 de Outubro de 1922, ela com vinte anos, ele com 29. Casaram-se na Matriz de São João Batista, bairro carioca de Botafogo. Deste casamento nasceram três filhas: Maria Elvira Meireles Dias, Maria Matilde Meireles Dias e Maria Fernanda Meireles Correia Dias.
Foi para os trabalhos de Cecília que o Fernando Correia Dias desenhava algumas das suas melhores ilustrações.
Cecília Meireles, também ela descendente de pais portugueses, foi cultivando o entusiasmo de vir a Portugal e conhecer a terra do marido. Quando chegaram a Lisboa foram recebidos por amigos com quem mantinham correspondência. Também personagens do meio da cultura.
Fernando e Cecília, decidiram que deviam passar duas semanas junto da família no casarão do Moledo da Penajóia. De Lisboa com destino ao Porto e do Porto para Régua, onde chegaram já ao fim do dia, ao escurecer, esperavam-nos amigos e familiares para o resto de percurso que teve de ser feito por barco a remos, onde Cecília e marido se tiveram de acomodar no rabelo, reservado para eles, onde o barqueiro era maneta, para fazer a travessia., onde os esperavam os sogros Correias Dias Araújo ao chegarem ao casarão .
A hospitalidade da família foi deslumbrante, cada refeição um ritual de confraternização e as iguarias da terra não faltaram. (no dizer de Cecília Meireles).
Ali escreveu poemas e recolheu quadras do cancioneiro local. Colecção a que daria o título de “Cancioneirinho de Moledo da Penajóia”, que se encontra hoje na Biblioteca Nacional e único exemplar

Moledo da Penajóia,
no fundo da freguesia:
à beira do rio é noite,
por cima da terra é dia
”.

Transcrito por João Alves das Neves, in o Estado de S.Paulo, 8 Abril de 1989 .
Dizia Cecília “Gostaria de tornar a morar naquele casarão de paredes enormes, com uma cozinha quase medieval, com glicínias escorrendo pelos caramanchões, tudo entre vinhedos, casebres, escadas de pedra onde as avós catavam piolhos aos netos e uma velhinhas seculares trazem de manhãzinha peixinhos do rio, tão transparentes como a própria água , queijinhos moles e jarros de leite”. Escrevia muitos anos depois daquela estada, ao poeta açoriano Armando Cortes – Rodrigues em 29 de Novembro de 1946.
Cecília e Fernando Correia Dias, deixam o Moledo a 10 de Novembro em direcção a Lamego onde foram conhecer a família da irmã dele.
Fernando Correia Dias nas três semanas que passou por Lisboa, depois de tão prolongada ausência de seu país natal desencontra-se de vários amigos da década de 10 que deve tê-lo entristecido. “ Tão bom e tão artista”, como costumava dizer Cecília, o marido sofria de crises de depressão, a que o Fernando sempre recusou qualquer tratamento e acabou por suicidar-se no regresso ao Brasil. Foi um génio, especialmente
Especialmente na passagem do Saudosismo para o Modernismo. Mas foi no Brasil que Fernando Correia Dias teve o êxito que cá não tinha.



Fr. José Jesus Cardoso

sábado, 31 de janeiro de 2009

CANCIONEIRINHO DO MOLEDO

Este é o CANCIONERINHO DE MOLEDO, Quefoi a LEILÃO

Lote
0564
Descrição
MEIRELLES, Cecília.INÉDITO DE CECILIA MEIRELLESCANCIONEIRINHO DE MOLÊDO DA PENAJOIA. Desenhos de Cecília Meirelles. Lisboa, 1934.In - 4º peq. de 196 págs. Brochado.Capas em cartolina fina, reforçadas com badanas no verso, feitas manualmente, atadas com belo cordel vermelho laranja e amarelo, e com desenhos e letras a preto e sombreado azul, formando o titulo: « Cecilia Meirelles recolheu este // (singelo desenho retratando jarrinha de flores) // Cancionei//rinho // de Molêdo da Penajoia // » Contracapa com duas flores, atadas por nó de amor. Dedicatória autógrafa inicial: « À poetisa Fernanda de Castro, estas cantigas de Portugal, recolhidas por uma brasileira, 1934». O texto das cantigas é dactilografado. Entrando em Portugal a 11 de Outubro de 1934, e permanecendo algum tempo em Lisboa apesar de não se cruzar com F. Pessoa, Cecília foi depois a Coimbra proferir uma conferência na Universidade e ser homenageada com uma serenata dos estudantes, sob os auspícios de Gaspar Simões e Afonso Duarte. Deve ter sido em seguida que partiu para a terra natal do seu marido, o caricaturista Fernando Correia Dias (amigo de Fernando.Pessoa), Molêdo de Penajoia (o que é desconhecido das biografias), onde fez esta notável recolha de 800 quadras do cancioneiro popular português, que dois anos depois, ao nível musical, receberá outro pesquizador estrangeiro R.Gallup, para o imortalizar. Este cancioneiro está dividido em sete estações, sinalizadas por uma página branca, com um desenho de Cecilia e o título, sendo o 1º , com um sol e uma lua divertidos, 'Cancioneirinho', que é a apresentação feita ao estilo dos cancioneiros, mas em quadras dela própria. São três páginas de supreendente fluidez poética, unindo o antigo e ela própria, de modo único:« Vindimai, vindimadores, / ninguém vindima como eu:/ a fruta, que vai, é vossa,/ o cantar, que fica, é meu./. Segue-se o Moledo da Penajóia (8 págs.), Cantigas (o mais longo com 65 págs.), Loas de Reis (4 págs.), Embalos (1 pág.), Santos (1), e Parlendas (4). Por este exemplar,oferecido a D.Fernanda de Castro, mulher de António Ferro, há mais de oitenta anos, eis que Cecília Meireles ressuscita nos nossos dias, cheia de simplicidade e amor: «Vendo tudo quanto tenho,/ memória e imaginação,/ por cinco reis de alegria / pra dar ao meu coração». PEÇA DE COLECÇÂO, QUE JULGAMOS ÚNICA E PORTANTO MUITO VALIOSA. João Alves da Neves, em 1989, no Jornal Estado de S. Paulo publicou um extenso e ilustrado artigo sobre o presente exemplar de prova.
Estimativa
€ 1.500 / € 3.000
Valor de Martelo
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