segunda-feira, 15 de março de 2010

QUARESMA, TEMPO DE REFLEXÃO


Quaresma

Desde as primeiras comunidades cristãs que celebramos todos anos a festa da Páscoa: a morte e a ressurreição de Jesus que também é a nossa. É a maior e mais importante de todas as festas cristãs. Grande demais para ser preparada em três dias ou uma semana. Por isso, a sua preparação leva quarenta dias, a exemplo de Cristo que também preparou a Sua Páscoa em quarenta dias no deserto. Este tempo que é para nós um tempo de reflexão e de graça, começa na quarta-feira de cinzas e vai até quinta-feira santa pela manhã, altura em que é celebrada a Missa Crismal em todas as Catedrais do mundo, com a solene bênção dos Santos Óleos.
Os textos litúrgicos que rezamos durante o tempo da Quaresma são belíssimos e conduzem-nos ao verdadeiro espírito deste tempo, neste caminhar para a Páscoa, seguindo a Jesus Cristo, nosso Mestre e modelo. A Igreja, durante a Quaresma, reabre o caminho do Êxodo, como Abraão e Moisés a caminho da terra prometida onde o Senhor falou do meio da nuvem. Nela, aos pés da montanha, humildemente Moisés fala ao povo para que tome consciência de sua vocação de povo da aliança, de ser povo de Deus.
Por isso, olhando com alegria esses sinais de salvação, o Evangelho é a razão primeira que nos leva a seguir em frente e a servir o Senhor.
Podemos encontrar neste tempo de reflexão a entrega positiva que caracteriza, não só a liturgia deste tempo, mas especialmente a sua teologia, a sua espiritualidade e a sua pastoral. Voltamo-nos para Deus, “Pai Santo, rico em misericórdia”; relembremos a experiência do Êxodo, da Aliança, da libertação e da nova terra, assumindo-nos, nessa atitude de povo peregrino, ouvintes da Palavra, povo amado e escolhido por Deus. O nosso modelo é Cristo, cuja morte e ressurreição celebramos de forma mais intensa neste tempo da Quaresma. A Quaresma é um sinal de salvação, tempo ideal para fazer a preparação dos catecúmenos que serão baptizados, por tradição na Vigília Pascal. A Quaresma renova a comunidade dos fiéis juntamente com os catecúmenos e os dispõe para a celebração do mistério pascal. Os símbolos, os ritos e gestos quaresmais são atitudes e iniciativas humanas e religiosas que acompanham e enriquecem este tempo e que nos ajudam a viver mais a festa da Páscoa.

As cinzas, a cor roxa e a cruz, símbolos de penitência e conversão próprios deste tempo, tal como o jejum, orienta-nos a despojarmo-nos e a dar mais atenção à palavra de Deus e praticar a caridade, sobretudo com os mais pobres e sofredores ajudando-os a viver com a dignidade de filhos de Deus.

Fr. José Jesus Cardoso, OFM.

domingo, 7 de março de 2010

UM FILHO DA PENAJÓIA

Lamego presta duplo tributo a Joaquim Sarmento
O intenso percurso de vida marcado pelos mais diversos exemplos de cidadania, nomeadamente pelos lugares públicos e políticos que ocupou, e o apreço pela sua considerável e excelente obra cultural e literária fundamentaram a atribuição do mais elevado galardão do Município de Lamego – a Medalha de Ouro da Cidade – a Joaquim Sarmento, passando deste modo a integrar a ilustre plêiade dos Cidadãos Honorários de Lamego. Antigo deputado à Assembleia da República, de 1995 a 2002, e antigo vice-presidente da autarquia, Joaquim Sarmento foi também agraciado com a primeira edição do Prémio de Mérito Cultural, instituído pela Câmara Municipal de Lamego, justificado “pelo alcance e excelência da sua notável obra, mas também como acto de inteira justiça”.

Noticias de Tás-os-Montes./

quarta-feira, 3 de março de 2010

VINDIMAS

Falar de vindimas, em termos actuais, é justificar a preocupação que cada agricultor, pequeno, médio ou grande, tem em armazenar o mais rápido possível a sua colheita, para que, com o Verão que se pode prolongar, se obtenha bom grau e boa qualidade de vinho.Actualmente quase não nos apercebemos desta faina, que sem duvida é das mais belas e das que mais som dava à característica paisagem duriense.Surgiram as Adegas e deixamos de ver e ouvir determinados pontos que caracterizavam os trabalhos da vindima.As máquinas quase substituíram os homens, facilitando também os trabalhos mais duros. Tudo está diferente! Recordando a minha meninice, lembra-me de ver e ouvir as coisas que hoje não se vêem nem ouvem. Por vezes acordava ao som das cantigas que as rogas cantavam debaixo das ramadas mais densas de folhagem ou nos bardos mais típicos das encostas. Eram os bombos, os realejos, as concertinas, as flautas, os instrumentos dos grupos de homens que, embalados em cantigas à desgarrada, conduziam os cestos ao lagar.Á noite faziam-se as «poisas», grupos de homens, por vezes já cansados, que entravam para os lagares a transbordar; em ritmos cadentes cantavam; esquerdo..., direito..., um..., dois... , até altas horas da noite.Vinham as encubas e apertavam-se as prensas e, uma vez mais, homens e braços apertavam as prensas enquanto que um deles dava a cadencia hou... , hou... , hou... , e, com a força muscular corria a jorro o precioso néctar , para depois , à bomba ou em cântaro à cabeça , cair no afamado tonel de madeira, onde « em dia de S. Martinho todos furavam o pipinho.Era assim o tempo da vindima, e será pelo continuar dos tempos, se cada um quiser, e se todos contribuírem para a melhoria e conservação dos valores tradicionais.
Fr. José Jesus Cardoso, ofm

 
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