domingo, 19 de julho de 2009

CONVENTO DA LUZ - LISBOA

Seminário da Luz
Situado na Freguesia de Carnide, o palacete foi mandado construir por Jacinto José Oliveira entre os anos de 1875-1880. Com a fachada neoclássica virada para o Largo da Luz, o edifício, e seus jardins envolventes, localizam-se entre a Estrada do Lumiar a Rua Padre Américo e Rua do Seminário. Da sua fachada posterior, contempla-se um amplo e cuidado jardim de cariz romântico, integrando diversos equipamentos, designadamente as antigas cocheiras, a estufa de viveiros, cisternas, e de cariz mais lúdico, o relógio, a mesquita e a torre.
Em 1939 a propriedade encontrava-se à venda, vindo a ser adquirida em 1940 pela "Corporação Missionária Província Portuguesa da Ordem Franciscana”, tendo sido feitas algumas adaptações para o funcionamento do Seminário, sem contudo alterar significativamente a traça original do imóvel, bem como do seu jardim.
O coberto vegetal do perímetro do palacete é marcado por uma grande heterogeneidade, evidenciada por dois espaços distintos.
Uma primeira área, defronte do alçado posterior da casa e na direcção da escadaria de acesso ao jardim, é marcada por um alinhamento de Palmeira-das-Canárias (Phoenix canariensis), por um jardim formal de buxo que rodeia um lago, por uma reduzida zona de clareira e pela presença de alguns exemplares de Pata-de-Elefante (Nolina recurvata) e Araucária (Araucaria spp,).
Numa segunda área correspondente à zona onde o arvoredo é mais denso, o espaço é serpenteado por uma rede de caminhos e canais onde a água é determinante. Estes elementos enquadrados pela densa vegetação de Árvore-de-Incenso (Pittosporum undulatum), de particular beleza conferida pelas brilhantes folhas perenes a que se associa uma flor de aroma agradável e perceptível a longa distância, entre outras, conferem ao local o ambiente romântico da época. O estrato herbáceo está bem presente e é composto por um conjunto variado, donde se destacam a Gilbardeira (Ruscus sp), o Acanto (Acanthus mollis,) a Avenca (Adiantum spp) e a Costela-de-Adão (Monsterra deliciosa), entre outras, numa policromia e mescla de aromas que despertam os sentidos.
Um caminho perpendicular ao palacete, separa estas duas áreas desde o portão de acesso ao exterior até ao topo oposto do jardim, junto do qual se encontra uma fonte com relógio, enquadrada por um pequeno lago.
Envolvido por uma malha urbana cada vez mais densa e compacta, esta mancha verde é um espaço patrimonial que assume um importante papel na salvaguarda da qualidade ambiental da cidade de Lisboa.

Fr. J.J.Cardoso,ofm.

 
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