domingo, 30 de dezembro de 2007

FESTA DOS SANTOS INOCENTES


DIA DOS SANTOS INOCENTES
A Igreja católica celebra o acontecimento a 28 de Dezembro de acordo com os Evangelhos. A nova liturgia, embora não querendo relevar o carácter folcolórico que este dia teve no decurso da história, quis manter esta celebração, elevada ao grau de festa por São Pio V, muito próximo da festa do Natal.
Assim colocou as vítimas inocentes entre os companheiros de Cristo este glorioso exército de mártires que testemunharam, com o sangue, a sua pertença a Cristo.
Impossível calcular o número de crianças inocentes arrancadas aos braços de suas mães e depois esquartejadas às mãos dos soldados do rei Heródes, que este tirano mandou matar.
Aos inocentes de Herodes , quero juntar, todos os inocentes anónimos, todos aqueles que não foi permitido nascer e junto ainda as crianças que morrem de maus tratos.
Deus, Senhor da Vida, confiou aos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção.
O aborto e o infanticídio são crimes abomináveis.
Fr. Cardoso, ofm.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

NATAL DA ESPERANÇA


Na história, por razões conhecidas e nas quais o querer do homem nem sempre respeitou o querer de Deus, vai-se construindo uma Igreja para os tempos modernos, na qual nem sempre o Evangelho e a pessoa de Jesus Cristo ocupam lugar central. Os caminhos bíblicos, estão à mercê de decisões de homens detentores de um poder, que muitas vezes é tudo menos serviço a um povo de crentes.
Muita coisa má se tem colado à Igreja. O mundo está “cansado e desfeito” e astutos são os seus governantes, basta olhar à nossa volta para nos darmos conta disso, guerras, fome e até a transformação da própria natureza pelos maus tratos da mão do homem. Só são cegos os que não querem ver . A Criação geme e sofre, mas eu o que procuro ? O que verdadeiramente preciso? Quem pode sustentar a nossa verdadeira esperança? Quem pode responder a esta nossa verdadeira sede de felicidade? Que ternura tem o Mistério de Jesus Menino por nós.? Jesus Menino Esperança que nos salva. Parece muito pouco, tal como o Menino numa manjedoura. Foi aqui o começo de tudo. Sim, esta história de natal aconteceu. Jesus não é um mito, mas um homem feito carne e sangue, uma presença real na história. Podemos visitar e percorrer os caminhos que Ele percorreu. A realidade cristã é o mistério de Deus que entrou no mundo como história humana, mas ao homem parece muito pouco e no entanto, está cá tudo. O mistério e a esperança de todos quantos Nele acredita. O Natal veio para educar o coração do homem.
Frei Cardoso,OFM

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

BELÉM LUGAR DO NASCIMENTO DE JESUS


Belém:LUGAR DO NASCIMENTO DE JESUS
O mais antigo testemunho sobre o lugar do nascimento de Jesus, após os evangelhos, nos vem do filósofo e mártir S. Justino (séc. II), originário da cidade Flávia Neápolis, hoje Nablus, na Samaria: "Na hora do nascimento do menino em Belém, por não haver onde hospedar-se nesse vilarejo, José encontrou refúgio numa gruta próxima ao povoado e, enquanto encontrava-se ali, Maria deu à luz o Cristo e o depôs numa manjedoura, onde os Magos, vindos da Arábia, o encontraram". A menção de uma gruta como habitação é eco de viva tradição local, testemunhada também pelo antiqüíssimo apócrifo Protoevangelho de S. Tiago (séc. II), repetida por Orígenes (séc. III) e se encontra à base de toda a história sucessiva do santuário betlemita. Essa gruta foi circundada de magníficas construções pelo imperador Constantino e sua mãe Sta. Helena, não muito depois de 325 d.C., como nos conta o historiador Eusébio de Cesaréia, contemporâneo aos fatos. Em 386, S. Jerônimo estabeleceu-se junto à basílica, com a nobre matrona romana Paula e outros seguidores, assumindo a vida monástica, dedicando-se ao estudo da bíblia e produzindo sua célebre versão latina (Vulgata), que tornou-se depois oficial na Igreja do ocidente. Seu sepulcro, como os de seus companheiros e companheiras, foi escavado nas vizinhanças da gruta do nascimento. A basílica do séc. IV foi substituída por outra de dimensões maiores, hoje ainda de pé. No tempo dos cruzados (séc. XII), as paredes foram adornadas com preciosos mosaicos, incrustados de ouro e madre-pérola. Desses sobram amplos fragmentos: cenas do Novo Testamento com inscrições latinas, no transepto, e a representação simbólica dos concílios ecumênicos com inscrições gregas, na nave. Acima das colunas da nave, numa fila de medalhões, estão representados os antepassados de Jesus (com inscrições latinas). Um dos anjos em adoração, na parede à esquerda, tem aos pés uma inscrição (em latim e siríaco) do nome do artista, o pintor Basílio. Escavações arqueológicas feitas nos anos 1934-35 (pelo governo mandatário inglês) trouxeram à luz consideráveis fragmentos de mosaicos no pavimento da basílica Constantinopla, visíveis na nave e no transepto da basílica. Os franciscanos moram em Belém desde 1347, e têm junto à Basílica da Natividade um convento e uma igreja (dedicada à santa virgem-mártir Catarina), que serve principalmente às necessidades da comunidade cristã católica local, de rito latino. Dessa igreja se desce às grutas­­ de S.Jerónimo.

Texto do Frei Eugênio Alliata ofm, SBF - Jerusalém

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CONTOS...

No cimo da Penajóia, a deixar a Serra das Meadas, no nordeste do maciço de Montemouro, encontramos o Castelo dos Mouros. Não foi construído pelos homens – edificou-o a natureza. Outrora contava-se que no Castelo, existiam grutas subterrâneas, onde uma moura encantada guardava um tesouro. Estavam ai duas talhas escondidas. Uma faria a riqueza de quem a encontrasse, pois teria outro a mais não ser. A outra – a talha da peste – se fosse encontrada, não só mataria o curioso, como arrastaria toda a freguesia. Também se conta, que nesse castelo viveu uma princesa que certo dia perdeu o seu anel de noivado. Então mandou a todos o procurar e, a dado momento, alguém exclama: “Pé na jóia”. Porque a princesa estava com o seu pé em cima do anel. Aí o nome de Penajóia.
(Velha lenda)./ autor desconhecido/

sábado, 8 de dezembro de 2007

FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Hoje dia 8 de Dezembro de 2007, como é habitual em cada ano, por ser a Padroeira do Convento, a fraternidade da Luz, celebrou com solenidade este dia , para nós muito especial, consagrado à Imaculada Conceição da Virgem Maria. A esta festa associamos os nossos benfeitores amigos, que ao longo do ano nos prestam serviços gratuitos no campo da saúde e outros.
Também desde há três anos vêm sendo convidados os elementos do Grupo Coral e acolitos que animam a liturgia nas celebrações da Igreja no Seminário, Grupo que é dirigido, com muita competência pelo nosso confrade, Fr. Albertino. A celebração da Eucaristia começou pelas 11 horas, com a presença de muitos fiéis. Presidiu à Eucaristia o Guardiãodo Convento, P. Domingos do Casal Martin. A dirigir o coro, esteve o Fr. Albertino e ao orgão o nosso ex-aluno Francisco de Assis Cunha , executando com perfeção as melodias dedicadas ao dia festivo. Foi uma Eucaristia muito participada e vivida pela assembleia. A homilia, feita pelo presidente, foi toda ela dirigida à Imaculada no pequeno historial desde o nascimento de Cristo até aos nossos dias, e ao Dogma da Imaculada Coneição proclamado pelo, Papa Pio IX.
Maria é o prelúdio do Natal de Jesus porque, com a sua aparição no mundo, começa a concretizar-se o projecto de Deus para a Encarnação do Seu filho divino. Na Virgem de Nazaré o Altissimo prepara aquela que será Sua Mãe. A grandeza de Maria reside toda nesta verdade: é a criatura escolhida por Deus para Mãe de Jesu Cristo.
Terminada a Eucaristia , os nossos convidados dirigiram-se para o refeitório, onde se seguiram cumprimentos de boas-vindas e se deu inicio à refeição. Pelas 15 horas os convidados começaram a despedir-se e regressaram a casa contentes por mais uma festa em honra da Virgem Maria.
Temos a certeza que depois do nascimento de Jesus, nenhum outro nascimento foi tão importante aos olhos de Deus e tão precioso para o bem da humanidade como o de Maria.

Frei José Jesus Cardoso, OFM.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

BIOGRAFIA DE S.FRANCISCO DE ASSIS


São Francisco nasceu em 1181/1182 em Assis na Itália, foi baptizado com o nome de Giovanni di Pietri, mas seu nome foi mudado pouco tempo depois para Francisco, pois seu pai Petri di Bernardone era comerciante e viajava muito a França, mudou o nome do filho em homenagem ao local que fazia bons negócios. Em 1198 acontece um conflito em Assis, entre a nobreza e os comerciantes. Os nobres se refugiam em Perusa uma pequena cidade próxima de Assis, onde São Francisco ficou preso por um ano até o ano de 1204. Em Perusa também estava a família de Clara. Ao voltar para Assis, São Francisco doente começa sua conversão gradual, se dedica a dar esmolas e oferece até suas roupas aos pobres, tem visões e começa a desprezar o dinheiro e as coisas mundanas. Até que ele se encontra com um leproso, lhe dá esmola e um beijo, e este acontecimento marcou tanto a vida dele que, dos muitos fatos ocorridos em sua vida, este foi o primeiro que entrou em seu Testamento, "pois o que antes era amargo se converteu em doçura da alma e do corpo". Outros encontros afirmaram ainda mais a vocação de São Francisco, nas ruínas da da igreja São Damião recebeu do crucificado o mandato de restaurar a Igreja. Obediente ao mandato, São Francisco pôs-se logo a trabalhar. Reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a de Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro.·Seu pai, envergonhado do novo género de vida a dotado por Francisco, queixou-se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e, diante do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto com os pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança: despindo, ali, suas vestes, Francisco exclamou: "... doravante não direi mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu..." A partir desse momento passa a viver na pobreza, e inicia a ordem franciscana, cresce o número de companheiros, 1209 já são 12. Cria uma regra muito breve e singela, que o papa Inocêncio III aprova em 1210, e cujas directrizes principais eram pobreza e humildade, surge assim a Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem. No Domingo de Ramos de 1212, uma nobre senhora, chamada Clara de Favarone, foi procurar Francisco para abraçar a vida de pobreza. Alguns dias depois, Inês, sua irmã, segue-lhe o caminho. Surge a Fraternidade das Pobres Damas, a Segunda Ordem. Aqueles que eram casados ou tinham suas ocupações no mundo e não podiam ser frades ou irmãs religiosas, mas queriam seguir os ideais de Francisco, não ficaram na mão: por volta de 1220, Francisco deu início à Ordem Terceira Secular para homens e mulheres, casados ou não, que continuavam em suas actividades na sociedade, vivendo o Evangelho. A Ordem Francisca cresceu com o passar dos anos. Em 1219 houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França. Neste mesmo ano São Francisco vai em missão para o Oriente. Durante sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no mesmo ano de 1219 São Francisco se demite da direcção da Ordem.·Com o crescimento da Ordem, quase 5.000 frades em 1221, uma nova regra foi escrita por São Francisco em 29 de Novembro de 1223 que foi aprovada pelo papa Honório. É a que vigora até hoje. Em 1224 no dia 17 de Setembro São Francisco recebeu as chagas de Jesus crucificado em seu próprio corpo, este fato ocorreu no Monte Alverne, um dos eremitérios dos frades. Os últimos escritos de São Francisco são entre 1225 e 1226, dentre eles o Cântico das Criaturas e o Testamento. Nestes mesmos dois anos, Francisco vai a vários lugares da Itália para tratar de suas vistas. Passa por diversas cirurgias. Morre aos 03 de Outubro de 1226, num sábado. Morreu nu aquele que começou a vida de conversão nu na praça de Assis diante do bispo, do pai e amigos. Morreu ouvindo o Evangelho de João, onde se narra a Páscoa do Senhor, aquele que recebeu os primeiros companheiros após ouvir o Evangelho do envio dos apóstolos. Foi sepultado no dia 04 de Outubro de 1226, Domingo, na Igreja de São Jorge, na cidade de Assis. São Francisco de Assis foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 04 de Outubro.·Em 25 de Maio de 1230 os ossos de São Francisco foram levados da Igreja de São Jorge para a nova Basílica construída para ele, a Basílica de São Francisco, hoje aos cuidados dos Frades Menores Conventuais.

Frei Cardoso, OFM.


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

PARA SERVIR A POPULAÇÃO DE PENAJÓIA



Penajóia, temos vários serviços e bens, de que queremos fazer menção sem esquecer algum. No edifício da Sede da Junta, em Molães, funcionam os serviços da mesma Junta, o Posto de Saúde e a estação dos CTT. Presentemente o funcionário da Junta atende nas horas diferentes do serviço do Médico, que vem de 2ª a 6ª feira em horários diferenciados pela manhã e pela tarde. Os CCT são atendidos por um funcionário que distribui o correio em alguns lugares e está em serviço permanente da parte da tarde, até às 17:30. Um outro funcionário distribui a correspondência noutra parte da Penajóia e vai para Lamego logo que o seu trabalho esteja termnado. Não sendo o ideal, foi o possível para a Penajóia nos tempos que correm.
Serviço Escolar:
Penajóia te três edifícios escolares, em S. Geão, Molães e Valclaro. No de S. Geão funcionam duas salas, têm apoio escolar e cantina servindo S. Geão, Torre, a parte ribeirinha desde o Moledo à Curvaceira e do Ribeiro a Corujais, Palheiros e Pousada. Ali funciona também o Posto da Telescola, hoje chamada E.B. No edifício de Molães, situado acima do Paço funcionam também duas salas com apoio escolar repartido com Valclaro. Possui cantina. Presentemente funciona em Molães, na Sede da Junta, devido a obras no edifício. O de Vaclaro só tem uma sala a funcionar, a cantina funciona ligada à sala de aula. Tem uma empregada de limpeza. Há dois Jardins Infantis, um a funcionar no lugar da Igreja e que serve Molães, Valvlaro e a parte alta da freguesia e outro em S. Geão, servindo a zona equivalente à Escola do lugar. Presentemente, funciona na Sede da Junta o Ensino Recorrente (2º Ciclo), com carácter transitório, pois logo que haja exames para os alunos inscritos, deixará de funcionar.
Adega Cooperativa:
À muitos anos que a Penajóia está dotada de uma Adega Cooperativa para a transformação das uvas em vinho generoso e de pasto. Situada junto da estrada, na zona de Caldelas ou Mó, está dotada de meios aptos à elaboração do vinho e seu comércio em garrafas e garrafões. O vinho generoso (Vinho do Porto) é vendido às casas especializadas e não é engarrafado por conta da Adega, que por isso não tem marcas de Vinho do Porto. Fundada em 1962, tem 933 associados, mesmo que alguns nem sempre tenham entregue a sua produção na Adega. Apesar de tudo a média de laboração anda pelas 2000 pipas anuais, sendo 1100 de vinho generoso e 900 de vinho de pasto. Comercializa o vinho generoso a granel, mas o vinho de mesa sai engarrafado ou engarrafonado. Também tem VQPRD, quer dizer Vinho de Qualidade Produzido em Região Demarcada, que se vende engarrafado. A linha de engarrafamento tem a capacidade de 3000 garrafas por hora, com a colocação de selo, rótulo, contra rótulo e cápsula. Além do vinho, tem Aguardente Bagaceira Velha de 1983. A sua capacidade de armazenamento é de 7000 pipas. Comercializa vinhos com as seguintes marcas: San Fragustus 91 e 92, Caldelas Tinto de 95 e 96, Poça d'Alva Branco e Jóia Rosé.
ECOS DE PENAJOIA
JJC

PENAJÓIA

Conheça a sua paróquia
No plano religioso a nossa paróquia corresponde à freguesia, o que nem sempre acontece. Em vez de Concelho falamos de Arciprestado que, no nosso caso também se identifica com o Concelho de Lamego. Pertencemos à Diocese de Lamego, que actualmente é a única que não coincide com a sede de um Distrito, mas isso não trás problemas de espécie alguma. Por outro lado, a Diocese de Lamego tem dois concelhos do distrito da Guarda e uma freguesia do distrito de Aveiro. Igrejas: Começamos pelas igrejas ou lugares de culto, falando em primeiro lugar das públicas, para depois nos referirmos às particulares. A igreja paroquial, que está situada em Molães, começada em 1947 e terminada em 1955. Passou por uma remodelação na década de 80, para a adaptar às novas realidades da Liturgia. É dedicada à Nossa Senhora de Fátima. A igreja do
Santíssimo Salvador, a que se deu o nome de igreja velha, muito impropriamente, pois tinha um nome bastante certo, designando-a pelo nome do Padroeiro, é de data incerta, sabendo-se que no séc. XVIII passou por uma ampiação no seu comprimento, tendo sido pintada no tecto e dotada de um órgão. Valclaro tem a sua capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, situada na confluência de dois caminhos, um vindo do Extremadouro e o outro percorrendo todo o lugar desde a Mata até ao Penedo e Lugar d'Além. Numa das portas laterais vê-se uma data, 1883, podendo ser a de construção ou, como alguns diziam, da transladação para aquele local. S. Geão honra Nossa Senhora da Encarnação na sua capela, situada na confluência das estradas 222 e 226. Também desta não se conhece a data de construção (1721?), uma das indicadas na fachada. A outra respeitante a obras de ampliação é 1936. Estas quatro igrejas e capelas têm culto regular aos domingos e dias de semana, pois servem os lugares mais populosos da freguesia. Pelo contrário a capela do Moledo, dedicada à Senhora da Ajuda, que ostenta o brasão real manuelino e estava anexa ao conjunto de barca e albergaria para servir os peregrinos e outros que por ali passassem, não tem Missa aos domingos. Tem Missa à semana quase sempre que as intenções são do Moledo ou Cordorneiro, às vezes é possível fazerem-se coincidir com uma celebração vespertina de sábado, no Natal e Páscoa tem-se garantido a celebração da Eucaristia. A capela de Santo António, porque anexa ao cemitério ali existente, serve mais para os funerais das zonas de Valclaro e Vila Chã, até ao meio da estrada para Santíssimo Salvador. Mas de vez em quando é ali celebrada a Missa, que não falta nas festas de Santo António e Imaculada Conceição. A capela do Mártir S. Sebastião situa-se em Molães, pretendendo-se com ela lembrar o Padroeiro da nossa Diocese. Reconstruída na década de 80, tem Missa na festa do Mártir e serviu de alternativa durante as obras na igreja paroquial Há uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Livração, construída por um particular já neste século e que a doou à paróquia, situada na encosta que sobe do Mogo e servida por caminhos a partir de S. Geão, S. Tiago e Rossaio. Dada a dificuldade de acessos, não se têm celebrado ali missas, mesmo que alguns o pretendessem. Capelas Particulares: D. Joaquim de Azevedo mencionava no séc. XIX, 22 capelas, algumas das quais estão totalmente destruídas. Mas ouras há, que são de propriedade particular, onde o culto se celebra esporadicamente, em festas de família ou por ocasião de funerais da mesma família. A capela de S. Francisco fica na Quinta do Extremadouro, a de Santa Quitéria em Pousada, a de Nossa Senhora da Lapa na Casa da Curvaceira, a da Senhora da Ara Vera na Quinta de Penim, a da Senhora da Luz no Lenço. Numa casa de Molães fica a da Sagrada Família e outra de Santo António, na Quinta do Pombal. Em ruínas está a de S. João, na Quinta das Adegas e uma oura na zona do Santinho. Residência Paroquial: Para residência do Pároco, que dirige uma paróquia em nome do Bispo da Diocese, Penajóia tem uma residência paroquial, situada em Molães, logo acima da igreja. Tem anexo um quintal e nos seus fundos um salão que serve para festas, reuniões, catequese e trabalho de expedição do jornal "Ecos da Penajóia". Indispensável para o funcionamento de uma Paróquia, nela existe o Arquivo Paroquial onde estão os livros de assentos de Baptismos, Casamentos e Óbitos, de contas da Igreja. Ali devem ser procurados os serviços do Pároco e nunca nos caminhos, estrada ou, muito menos, nas ruas da cidade de Lamego. Na Penajóia há três Cemitérios: Santíssimo Salvador, S. Geão e Santo António. Desde 1911 que estão sob administração do Estado, aqui representado pela Junta de Freguesia.
in Ecos da Penajóia – Fevereiro 1999
jjc.

domingo, 25 de novembro de 2007

FESTA DE CRISTO REI



Hoje é dia de Cristo Rei, fim do ano litúrgico. Vai começar o Advento.
A Festa de Cristo Rei é, também, a festa da soberania de Cristo sobre aComunidade cristã. A Igreja é o corpo, do qual Cristo é a cabeça; é Cristo que reúne os vários membros numa comunidade de irmãos que vivem no amor; é Cristo que a todos alimenta e dá vida, é Cristo o termo dessa caminhada que os crentes fazem ao encontro da vida em plenitude. Esta centralidade de Cristo, tem estado sempre presente na reflexão, na catequese e na vida da Igreja. É que muitas vezes falamos mais de autoridade e de obediência do que de Cristo, de castidade, de celibato e de leis canónicas, do que do Evangelho, de dinheiro, de Poder e de direitos da Igreja, do que do “Reino”… Cristo não em teoria, mas defacto – o centro de referência da Igreja no seu todo e de cada uma das nossas comunidades cristãs em particular. Não damos, às vezes, mais importância às leis
Feitas pelos homens do que a Cristo? Não há, tantas vezes, “santos”, “santinhos” e
“santões” que assumem um valor exagerado na vivência de certos cristãos, e que em termos pessoais, Cristo é o centro, referência fundamental à volta da qual a minha vida se articula e se constrói? O que é que Ele significa para mim, não em termos de definição teórica, mas em termos existenciais?
Ocultam ou fazem esquecer o essencial.
Toda a vida de Jesus foi dominada pelo tema do “Reino”. Ele começou o seu
Ministério anunciando que “o Reino chegou” . A afirmação da sua dignidade real passa
pelo sofrimento, pela morte, pela entrega de si próprio. O seu trono é a cruz,
expressão máxima de uma vida feita amor e entrega. É neste sentido que o Evangelho
de hoje nos convida a entender a realeza de Jesus.
fr. Cardoso

sábado, 10 de novembro de 2007

O LOBO DE GÚBIO



No tempo em que São Francisco morava na cidade de Gúbio, no condado do mesmo nome, apareceu um lobo grandíssimo, terrível e feroz, que não somente devorava os animais, senão também os homens; de modo que todos os cidadãos viviam em grande susto, porque muitas vezes se aproximava da cidade; e todos iam armados, quando saiam para os campos, como se fossem para algum combate; e com tudo isso, quem sozinho o encontrava não podia defender-se; e, por medo a este lobo, chegou-se a pontos de ninguém ousar sair da terra. Pelo que, São Francisco, compadecido dos homens daquela cidade, quis sair ao encontro do lobo, apesar de todos lhe aconselharem o contrário; ele, porém, fazendo o sinal da cruz, saiu fora da cidade, com os seus Companheiros, pondo em Deus toda a confiança. E temendo os outros avançar mais além, tomou ele o caminho para os lados onde o lobo estava. E eis que, à vista de muitos citadinos que tinham acudido para ver o milagre, saiu o lobo, de goelas abertas, ao encontro de São Francisco, que fez sobre ele o sinal da cruz, chamou-o e disse-lhe assim:
«Anda cá, irmão lobo! Eu te mando, da parte de Cristo, que não faças mal nem a mim nem a pessoa alguma».
Coisa maravilhosa! Logo que São Francisco fez o sinal da cruz, aquele lobo terrível fechou a boca, e estacou; e, ao mando do Santo, veio mansamente, como se fosse um cordeirinho, e deitou-se-lhe aos pés. Então São Francisco falou-lhe e fez um pacto com o lobo.
Ditas as palavras, o lobo, com movimentos do corpo, da cauda e das orelhas, e com inclinações de cabeça, mostrava aceitar o que São Francisco lhe dizia, e querer cumpri-lo. E então São Francisco disse-lhe: o meu desejo é que não faças mal a ninguém.
Irmão lobo agradeço-te a alegria que me destes.

Frei José Jesus Cardoso,OFM.


sexta-feira, 2 de novembro de 2007

FIÉIS DEFUNTOS

Hoje os cemitérios estão cheios de flores. As flores são um símbolo de vida quando aparece ter acabado.
Sejamos solidários com os mortos, porque fazem parte da vida fraterna cristã. Se a semente não morrer, não dará fruto. Foi Jesus que o afirmou e a experiência nos ensina.
A esperança da vida eterna para todo aquele que ama e se uniu a Cristo, de algum modo, a vida eterna já começou. Começou a descobrir neste mundo, cheio de misérias, o amor que salva, o amor do Filho primogénito enviado pelo Pai. Amor que se difundo no Espírito Santo. Saibamos descobrir sob o véu do cotidiano as maravilhas de Deus que age, e que, indo além da dor e do sofrimento, vejamos o amor de e a sua ternura eterna.
Rezar continuamente pelos fiéis defuntos. Lembremos os nossos entes queridos falecidos diante do Senhor, no altar, mas ao mesmo tempo vivamos com a esperança, superando toda a amargura, de que, no final, a morte é vencida por Cristo, o pecado vencido pela graça. O Senhor é a nossa luz e a nossa salvação, assim nos ensina o salmo.
No século V, a Igreja dedicava um dia no ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. No século XIII esse dia anual passou a ser comemorado em 2 de Novembro, porque o dia 1 é Dia de Todos os Santos. E assim se manteve até aos dias de hoje.


Fr. José Jesus Cardoso, ofm.

02-11-2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

DIA DE TODOS OS SANTOS

A MINHA PARTILHA NA FESTA DE TODOS – OS-SANTOS

As leituras de hoje introduzem-nos no mistério da nossa santidade. O ser humano é chamado a participar da vida de Deus. "Alegrai-vos, pois é grande no céu a vossa recompensa" (Mt 5, 1-12a). A bem-aventurança, ou seja, a felicidade, é prometida por Jesus sobretudo aos pobres. Os pobres de espírito não são pobres de bens, nem os pobres que não se conformam com o seu estado. Pobres de espírito são os humildes, os deserdados, os que têm o coração desapegado dos bens terrenos. Para isso não é necessário nada ter, mas é preciso usar o que se tem conforme o espírito do Evangelho. Assim, aos pobres, aos deserdados da sociedade, aos que souberem colocar sua confiança no Senhor é oferecida a felicidade. Eles poderão fazer parte do número dos eleitos, dos santos, dos filhos de Deus. Jesus ensina-nos que a santidade é algo possível e importante para todos. A santidade concretiza-se no tempo presente, pelo espírito das bem-aventuranças, pelo qual a humanidade vive o seu peregrinar entre trabalhos e lutas, entre angústias e esperanças. A fé e a esperança dos cristãos não esmorecem porque eles têm a promessa de Cristo: "Alegrem-se e exultem, porque grande será a vossa recompensa no céu". Que sentido tem para a nossa comunidade celebrar esta festa? Celebrar os Santos ajuda-nos a seguir Jesus? Como?
Os Cemitérios neste dia, mais que um altar de devoção, são a casa da família total em diálogo ou em encontro de gerações.
O nosso dia vem.


Fr. José Jesus Cardoso, ofm.

domingo, 21 de outubro de 2007

O DOM DA VOCAÇÃO

O chamamento que Deus nos faz, dom da nossa vocação é uma forma interior que nos pede para abdicar do mundo, fugir desta sociedade que nos consome. Na verdade é um acto de doação para sempre, para o resto duma vida que nos dispomos viver e abdicar de tudo aquilo que consideramos bom, incluindo a família, e sobretudo, fazê-lo por amor a Deus.
Foi com esta intenção que me decidi entrar para a Ordem dos Frades Menores, quando tinha dezanove anos. Hoje com sessenta e dois e quarenta e três de vida religiosa, digo que vale a pena ser de Deus e filho de S. Francisco de Assis. Durante estes anos, a maior parte tem sido vivida ao serviço dos irmãos doentes e idosos, fiz uma experiência enriquecedora ao abraçar a cruz do sofrimento. Ser religioso, tem os seus custos, mas é aqui que nos encontramos, mais perto de Cristo. O silêncio e a oração, são outra forma de vida, onde tudo se torna diferente.
Entrei para franciscano em 3 de Outubro de 1964, desde então para cá aprendi muita coisa e a conhecer-me cada vez melhor. No princípio custou-me um pouco a adaptar-me, mas a experiência foi-se convertendo em alegria e serenidade interior. Nunca tive o sentimento de dúvida. Queria encontrar o essencial da minha vida e ser feliz como eu via os outros irmãos. Queria ser de S. Francisco de Assis, os meus pais diziam-me que eu não ia aguentar muito tempo, que era uma vida muito disciplinada e austera. Acabaram por aceitar a minha vinda para a Vida Religiosa e depois já sentiam uma certa vaidade por terem um filho franciscano. Já faleceram à trinta e dois anos.
Foi por aqui que comecei e é por aqui que quero chegar a Deus. Só somos bons religiosos se estivermos muito unidos a Deus e à Sua Vontade.
A vocação religiosa não é vista com muita naturalidade. É sem dúvida provocadora de questões, de sentimentos e de interrogações sobre o sentido da vida. Cada vez me apercebo mais que foi uma opção válida como, poderia ter sido, o casamento. É claro que sem fé a nossa vida não tem sentido algum.
Deus tem para cada criatura um plano de felicidade. Os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, comprometem-nos para toda a vida, é uma forma de vida e de nos apresentarmos ao mundo. Ser-se franciscano, passa também por viver em comunidade. A nossa relação como irmãos é muito intensa e fraterna, apesar de haver enormes diferenças em idades e serviços, a fraternidade é a palavra de ordem. Logo de manhã cedo, começa o dia com a oração de Laudes. Depois cada religioso segue para os seus trabalhos. Tomamos as nossas refeições e pelo fim do dia, voltamos a juntarmo-nos para a Eucaristia, meditação e Vésperas. Depois da refeição da noite convívio e partilha fraterna. É uma vida de alegria e porque não de algumas tristezas!...em todas as classes sociais existem.
Sou franciscano por opção. Há coisa que mudam na nossa vida. Deixar tudo e vir para a vida consagrada é o modo mais nobre de amar alguém, de dizer a alguém que lhe quer todo o bem do mundo, é faze-lo em Deus, no trabalho aos irmãos. Este encontro entre a vontade do divino e a obediência humana: acordo perfeito entre o espírito, sentidos, inteligência e vontade. Foi esta vontade que me motivou para o amor de Deus. É a caridade para com o sofredor e o pobre que dá dimensão à minha vida.
Ninguém pode ser apóstolo, se não cuidar do mais pobre. Só rezar não salva, se não houver caridade. Todos nos devemos envolver com os pobres, e depois disto a oração ganha novo sentido.
Hoje começaria tudo de novo e acredito no Senhor que pode tudo e a Sua graça me basta. Nas tempestades da vida, umas maiores que outras, sempre as tenho enfrentado com ânimo e fortaleza. Não fujo da minha cruz, todos temos a nossa. A vida religiosa como eu a entendo, é um caminho para o céu.
Frei José Jesus Cardoso, OFM.

sábado, 13 de outubro de 2007

IGREJA DA SANTISSIMA TRINDADE

Fátima.Esta nova basílica vem proporcionar a todos os que visitam Fátima, um local onde nos podemos encontrar e dialogar com Maria, pois em Maria podemos encontrar o amor e carinho que só uma mãe nos pode dar, e que, por mais voltas que demos à nossa vida, e por mais tempo que nos esqueçamos dela, quando a ela recorremos, ela lá está, sempre pronta para nos receber e ajudar. Só uma Mãe é que está sempre de braços abertos para os seus filhos, mesmo quando estes passam anos e anos sem se lembrar dela ou sem a visitar.
Maria é a plenitude da salvação, em Jesus Cristo Seu Filho. Maria quis ali em Fátima aparecer aos pastorinhos, trazendo a mensagem de reconciliação e o perdão.
Fátima, centro de grande mistério da nossa fé relacionado com Maria plenitude de salvação.



Fr.José Jesus Cardoso,OFM.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

LAMENTOS DE UM CLÉRIGO




O RELATÓRIO DO SENHOR VIGÁRIO
(Dizem os livros e papeis velhos).



Em 1758 estava à frente da freguesia de Penajóia o Reverendo P. Pedro Monteiro Coutinho e Queiroz, que se intitulava Vigário, e não Abade como hoje dizemos.
Pelos trinta e dois lugares, que então se contavam, viviam quatrocentos e vinte e nove vizinhos; correspondendo ao lugar de Lagoas o menor numero – apenas dois, e o maior, em S. Geão - com setenta e sete, seguido de Valclaro – com trinta e sete .
Era a Penajóia naquele tempo uma das mais importantes freguesias de Lamego, e a sua história vinha de longe ... O senhor Vigário, que era apresentado pelas freiras de Santa Clara do Porto, e tenha de renda anual cento e sessenta mil réis, è que não se orgulhava muito da sua freguesia ...
Por se considerar mal remunerado, ou por qualquer outra razão que desconhecemos, perguntando uma Vaz sobre o que de notável havia na sua freguesia, respondeu: «(...») não tem Beneficiados nem conventos, nem a nenhuma das Ermidas acode romagem de circunstância , nem he couto, honra ou Behetria, nem daqui sahiram homens insignes por virtudes, Letras, nem por Armas, nem tem feira, nem privilégios, nem antiguidades, nem cousas dignas de se dar conta; nem tem fonte, nem lagoa celebre, nem Porto de Mar, nem he morada, nem Praça de Armas, nem há Castello algum, nem torre, nem padeceo ruína alguma no terramoto de 1775, nem há cousa mais alguma digna de memoria, ou de que se possa fazer mençam”.
Que o Senhor tenha em Sua Santa Guarda o nosso cronista que, muito honestamente, foi ao ponto de declarar que Penajóia não tinha « porto de mar»...

F.J.Cordeiro Laranjo
(Ecos de Penajóia, Janeiro de 1981)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A GRANDEZA ESPIRITUAL DE FRANCISCO DE ASSIS.

A Irmã Morte
Celebramos hoje, em toda a Ordem Franciscana, nós os Frades Menores a Festa da Morte de S. Francisco Assis.
Ano de 1226. Francisco encontrava-se muito debilitado. Seu estômago não aceita mais alimento algum. Chega a vomitar sangue. Admiram-se todos como um corpo tão enfraquecido, já tão morto, ainda não tenha desfalecido. Transportado de Sena para Assis, Francisco ainda encontra forças para exortar os que acorrem a ele. E aos irmãos diz: "Meus irmãos, comecemos a servir ao Senhor, porque até agora bem pouco fizemos". Ao chegar a Assis, um médico se apresenta e constata que nada mais resta a fazer. Ao que Francisco exclama: "Bem-vinda sejas, irmã minha, a morte!" E convida aos irmãos Ângelo e Leão para cantarem o Cântico do Irmão Sol, ao qual Francisco Acrescenta a última estrofe em louvor a Deus pela morte corporal.
Aproximando-se a hora derradeira, Francisco deseja ser levado para a capelinha de Nossa Senhora dos Anjos, na Porciúncula, onde tudo havia começado. Lá, num gesto de despojamento, de identificação com o Cristo crucificado e de integração com o Pai, pede que o deixem, nu, sobre a terra e diz aos frades: "Fiz o que tinha que fazer. Que Cristo vos ensine o que cabe a vós". Despede-se de todos os irmãos; abençoa-os; lembra-lhes que "o Santo Evangelho é mais importante que todas as demais instituições". Anima o seu médico, dizendo-lhe: "Irmão médico, diz com coragem que a minha morte está próxima. Para mim, ela é a porta para a vida!" E, então, canta o Salmo 142. Francisco parte cantando, cortês, hospitaleiro e reconciliado com a morte.
O canto de Francisco está baseado em uma percepção realista da morte: "Nenhum homem pode escapar da morte". Mas como pode ser irmã aquela que engole a vida, que decepa aquela ilusão arraigada em cada um de nós, fundada em um "desejo" que busca triunfar sobre a morte e viver eternamente? Francisco acolhe fraternalmente a morte. Nele realiza-se, de forma maravilhosa, o encontro entre a vida e a morte, em um processo de integração da morte.
Francisco acolhe a vida assim como ela é, ou seja, em sua exigência de eternidade e em sua mortalidade. Tanto a vida como a morte são um processo que perdura ao longo de toda a vida. A morte faz parte da vida. Como e despertar e o adormecer, assim é a morte para o ser humano. Ela não rouba a vida; dá a esse tipo de vida a possibilidade de outro tipo de vida, eterna e imortal, em Deus. .
A grandeza espiritual e religiosa de Francisco no saudar e cantar a morte significa que já está para além da própria morte; ela, digna hóspede não lhe é problema; ao contrário, ela é a condição de viver eternamente, de triunfar de modo absoluto, de vencer todo embotamento do pecado que a transforma em tragédia. Francisco soube mergulhar na fonte de toda a vida. "Enquanto Deus é Deus, enquanto Ele é o vivente e a Fonte de toda a vida, eu não morrerei, ainda que corporalmente morra!" (L. Bo.).

Fr. J.J.Cardoso, OFM.

sábado, 29 de setembro de 2007



PENAJÓIA TINHA RAZÃO
(Dizem os livros e papeis velhos)


Andava o povo da Penajóia muito descontente com o administrador do açougue da sua freguesia porque este, não só o roubava no peso da carne, como a não fornecia nos dias a que se comprometera fazê-lo. Os moradores já tinham feito sentir a sua mágoa, em 29de Junho de 1825, pela voz do seu procurador, P. Joaquim Pereira Cardoso.
Assim, no dia 6 de Julho daquele ano, foi presente à Câmara de Lamego a balança, a fim de ser examinada pelo competente aferidor, e se ver a diferença que tinha dum gancho para o outro. O senhor Manoel Pinto, perante o Presidente da Câmara e Vereadores, fez o requerido exame. Tirou os ganchos, verificou o fiel dos braços e declarou que ali não havia falsidade; mas, ao colocar os ganchos, disse que havia grande diferença de um para o outro e aplicando-lhe os pesos competentes, afirmou a diferença de onça e meia de um para o outro!
A Câmara, ao constatar o grande roubo que se fazia a todo o povo de Penajóia, logo acordou em que o obrigado do açougue desta freguesia fosse “condenado na quantia de dezoito mil réis pagos da cadeia na forma da lei”.
E , por deixar de dar carne “ nos dias competentes, mesmo a só dar quando queria, no sitio que lhe parecia, deixando de a dar no lugar citado na provisão”, foi ainda condenado em nove mil réis. Mas decidiu a Câmara que o Alcaide “ passa-se logo a fazer esta execução”.
O Juiz e o Povo da freguesia de Penajóia faziam ouvir a sua voz e faziam-lhe justiça, e tomavam-se providências, pedindo o Senado que se apresentassem doze homens capazes, “para cada um deles no respectivo mês fiscalizar a administração do açougue, assistindo ao abate de bois e carneiros, e ao talho das carnes e a fazê-las distribuir com igualdade “...
Deve ter servido de lição porque nos “livros e papéis velhos” não encontrei mais queixas da freguesia de Penajóia...

f.j.Cordeiro Laranjo

Ecos de Penajóia



CAPELA DE S. GIÃO



A PROPOSITO DA CAPELA DE S. GEÃO
(Dizem os Livros e Papeis Velhos)

Aqui há uns duzentos anos, em S. Geão de Penajóia, não se dizia a capela de Nossa Senhora da Encarnação. Era a capela de Nossa Senhora de S. Geão. Ali se iam sepultar os fiéis do lugar, mas os vizinhos da Curvaceira, antes que se fizesse o cemitério, que hoje encontramos ao lado.
Diziam velhos livros, que era capela de muito valor, porque tinha três altares, era a maior depois da paroquial e, até “ superior a muitas outras das nossas egrejas parochiaes”...
Nesta pova de S. Geão houve, em tempos antigos, uma mulher tão rica que, no testamento, mandou que se dissesse pela sua alma treze mil missas! Segundo conta o Doutor Pedro Augusto Ferreira. Mas há mais que contar deste lugar.
Muitas vezes demorámos em S. Geão, e acontecia-nos encontrar a capela sempre fechada. Uma vez, em que andava em obras, foi-nos possível a visita.
Já vimos muitos Santuários, modestos uns, sumptuosos outros. Por isso, não julgávamos que iríamos ficar pasmados. Mas, ficámos! Frente a frete dois altares com o Senhor Crucificado de proporções notáveis, e sensivelmente iguais, como que em concorrência de veneração – o Senhor da Misericórdia e o Senhor dos Milagres...
Aonde chegou a ignorância de velhos antepassados, e a sua negligência do pároco desses tempos?!
Íamos observar aquele “pleonasmo”, achando mais a propósito colocar uma das esculturas no altar-mor, quando uma “sapiente doutora em Teologia, Direito Canónico e em Arte”, nos ameaçou da excomunhão e quase nos “chumbou”, reduzindo-nos à nossa insignificância.
De pronto, fizemos ali solene promessa à Senhora da Encarnação de, pacientemente, sofrermos aquela mágoa “ que certamente naquele lugar a Mãe de Deus também sofre”, quedando-nos no silêncio.
De regresso, pelo caminho pensámos que, por oportuna conveniência, se poderia escrever aquela passagem do sermão da montanha, em termos modernos: Bem-aventurados os pobres em/de espírito.

F. J. Cordeiro Laranjo
(Ecos de Penajóia)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

V I N D I M A S



VINDIMAS
Falar de vindimas, em termos actuais, é justificar a preocupação que cada agricultor, pequeno, médio ou grande, tem em armazenar o mais rápido possível a sua colheita, para que, com o Verão que se pode prolongar, se obtenha bom grau e boa qualidade de vinho.
Actualmente quase não nos apercebemos desta faina, que sem duvida é das mais belas e das que mais som dava à característica paisagem duriense.
Surgiram as Adegas e deixamos de ver e ouvir determinados pontos que caracterizavam os trabalhos da vindima.
As máquinas quase substituíram os homens, facilitando também os trabalhos mais duros. Tudo está diferente! Recordando a minha meninice, lembra-me de ver e ouvir as coisas que hoje não se vêem nem ouvem. Por vezes acordava ao som das cantigas que as rogas cantavam debaixo das ramadas mais densas de folhagem ou nos bardos mais típicos das encostas. Eram os bombos, os realejos, as concertinas, as flautas, os instrumentos dos grupos de homens que, embalados em cantigas à desgarrada, conduziam os cestos ao lagar.
Á noite faziam-se as «poisas», grupos de homens, por vezes já cansados, que entravam para os lagares a transbordar; em ritmos cadentes cantavam; esquerdo..., direito..., um..., dois... , até altas horas da noite.
Vinham as encubas e apertavam-se as prensas e, uma vez mais, homens e braços apertavam as prensas enquanto que um deles dava a cadencia hou... , hou... , hou... , e, com a força muscular corria a jorro o precioso néctar , para depois , à bomba ou em cântaro à cabeça , cair no afamado tonel de madeira, onde « em dia de S. Martinho todos furavam o pipinho.
Era assim o tempo da vindima, e será pelo continuar dos tempos, se cada um quiser, e se todos contribuírem para a melhoria e conservação dos valores tradicionais.

Fr. José Jesus Cardoso, ofm


terça-feira, 28 de agosto de 2007

SANTO AGOSTINHO

HOJE DIA DE SANTO AGOSTINHO ,reflexão do grande Teolgo da Igreja.

Santo Agostinho, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja (+ Hipona, 430)
Nascido na cidade africana de Tagaste, depois de uma juventude viciosa e cheia de desvios doutrinários, converteu-se por influência de Santo Ambrósio, bispo de Milão, e sobretudo graças às orações e lágrimas de sua mãe Santa Mônica. Ordenado sacerdote, foi durante 34 anos bispo de Hipona, no norte da África. Além de pastor dedicado e zeloso, foi intelectual brilhantíssimo, dos maiores gênios já produzidos em dois mil anos de História da Igreja. Escreveu numerosas obras de Filosofia, Teologia e Espiritualidade, que exerceram e ainda exercem enorme influência. Combateu vigorosamente as heresias de seu tempo. De Santo Agostinho, disse o Papa Leão XIII: "É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e divinas, combateu todos os erros de seu tempo".
Fr. Cardoso, ofm.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

CAPELAS PARTICULARES DE PENAJÓIA

CapelasParticulares: D. Joaquim de Azevedo mencionava no séc. XIX, 22 capelas, algumas das quais estão totalmente destruídas. Mas outras hão, que são de propriedade particular, onde o culto se celebra esporadicamente, em festas de família ou por ocasião de funerais da mesma família. A capela de S. Francisco fica na Quinta do Extremadouro, a de Santa Quitéria em Pousada, a de Nossa Senhora da Lapa na Casa da Curvaceira, a da Senhora da Ara Vera na Quinta de Penim, a da Senhora da Luz no Lenço. Numa casa de Molães fica a da Sagrada Família e outra de Santo António, na Quinta do Pombal. Em ruínas está a de S. João, na Quinta das Adegas e umas outras na zona do Santinho- pertença dos Moura Guedes.



Fr. Cardoso

terça-feira, 21 de agosto de 2007

OS MOINHOS DA PENAJÓIA



DIZEM OS LIVROS E PAPEIS VELHOS
OS MOINHOS DE PENAJÓIA
Não vou falar do aparecimento dos moinhos na Penajóia. Isso era história muito complicada, porque vinte e quatro anos antes de Nosso Senhor vir à Terra, já se escrevia sobre esses engenhos maravilhosos movidos pela água.
Ainda no século passado, possuía a Penajóia para cima de cinquenta moinhos aproveitando as suas muitas águas. Preparavam eles o cereal para o pão que bastava as suas gentes. Em anos de seca, chegavam até para ajudar a cidade de Lamego que não conseguia moer a farinha que carecia.
Humildes regatos do monte do Poio, virados ao Douro, fazem já em Mesquitela, o rio Cabril quedai para baixo, muitas vezes loucamente, se atira para os lados do Moledo. Pois era nesta pujante correria que estas rodas de moinhos de cereais, sem entontecer, giravam para oferecer a farinha que alimentava a Penajóia.
Perdia-se na memória dos homens o início do direito àquelas águas pelas gentes desta freguesia. Eram suas, e por isso dormiam descansados.
Ora, ai por 1855, os vizinhos de Barrô, numa noite - há coisas que só se fazem pela calada da noite – foram até à serra , abriram um açude, instalaram uma roda de moinho, apressadamente construíram e foram eles os moleiros para as suas gentes. Numa noite, ficáramos da Penajóia quase sem água!
Vieram as novas máquinas, veio o que se chamam “progresso”. Morreram os moinhos. Restam aqui e além velhas lembranças de um passado em que o homem vivia na sua terra, da sua terra, para a sua terra e..., já nesse tempo lhe “pregavam partidas”. Mas, menos do que hoje... (Era só pela calada da noite).
Lamego Julho de 1979.
F.J.C.Laranjo

OS MUSICOS DE PENAJÓIA



(Dizem os livros e os papeis velhos)
Aí por volta de 1836, vivia na Penajóia um mestre régio que ensinava latim. Muitos rapazes desta populosa freguesia, que não andava longe dos 900 fogos, ali estudavam, e vinham a Lamego pedir ao bispo D. Frei José da Assunção que os ordenasse.
Não foram poucos os padres naturais da Penajóia.
Pois, nessa altura, resolveram alguns estudantes organizar uma filarmónica. Muitos aplausos, muita animação, e vá de andar em festas e folias. De tal modo se esqueceram os livros, que só para a «pândega» passaram a viver.
Como uma desgraça nunca vem só, e a «vida airada» acaba em asneira, à falta de dinheiro para manter tal viver, deram em constituir uma quadrilha de salteadores, que até à igreja da sua freguesia roubaram...
Mas, quem suponha que, «tão bem apresentados» e alguns de «boas famílias», eram os malfeitores, já com mortos por sua conta? E o pânico na região durou uma temporada...
Não há mal que sempre dure e, um dia, descobriu-se a quadrilha. Quase todos foram presos. Escaparam três, um do qual morreu ainda não há cem anos e, o cronista, tocava clarinete, foi vereador, procurador à Junta Geral e... Comendador.
Ficaram célebres, como terror do concelho de Lamego, os «os músicos da Penajóia», mas morreram uns nas cadeias, outros no degredo em África.
Vejam os meus bons amigos, a sorte que têm: estão livres de arranjar uma banda com estudantes de latim, que já os não há...


(Ecos de Penajóia – Maio de 1979) F. J.C. Laranjo.

UM NAUFRÁGIO DA BARCA DO MOLEDO

DIZEM OS LIVROS E P APEIS VELHOS

Há precisamente duzentos e sete anos, completados no primeiro dia deste mês de Fevereiro, viveu afreguesia da Penajóia horas de angústia como havia muito não sucedia.
A barca do Moledo naufragara. Constava que ia cheia e que, pelas águas furiosas do Douro, muitas pessoas tinham sido levadas. Quem viajava, não se sabia ao certo. Dizia-se que um dos mortos era o pobre Manoel, do Moledo, e o outro, também pobre, Manoel Vaz(o novo), da Portela, ambos desta freguesia. Dos mais ignorava-se quem eram.
Só em 12 de Março apareceu o primeiro afogado, um moleiro de Mesão-Frio , reconhecido por ser aleijado de um braço. Cinco dias depois, nova vitima da tragédia foi também a sepultar noadro da igreja do SSmo. Salvador. Era igualmente de Mesão-Ffrio, e foi a viúva quem o identificou, quando o tiraram do rio. No dia seguinte, outro homem; não se soube onde vivera. ..
Já haviam decorridos dois meses e meio sobre aquele dia negro de Fevereiro, quando os sinos dobraram pelo pobre Manoel do Moledo, pois que só a catorze de Abril foi encontrado.
Mais tarde, em Maio, foi sepultado outro homem dos afogados no naufrágio, mas já ninguém o reconheceu...
Ao pisarmos o chão santo que é o da velha igreja paroquial da Penajóia, deixemos as pétalas de uma prece para que o Senhor tenha em Sua Santa guarda aquelas almas, que deixaram o mundo, quando talvez tivessem a esperança de muita vida nesta terra...
Lamego, Fevereiro de 1980
F.J. C. Laranjo (Ecos de Penajoia)

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Hoje dia da Festa da Assunção de Nossa Senhora
A festa da Assunção de Nossa Senhora é uma das mais antigas da Igreja. No ano de 600 já a Igreja Católica festejava este dia de glória de Maria Santíssima. A festividade de hoje lembra como a Mãe de Jesus Cristo recebeu a recompensa de suas obras, dos seus sofrimentos, penitências e virtudes. Não só a alma, também o corpo da Virgem Santíssima fez entrada solene no céu. Ela, que durante a vida terrestre desempenhou um papel todo singular, entre as criaturas humanas, com o dia da gloriosa Assunção começou a ocupar um lugar no céu que a distingue de todos os habitantes da celeste Sião
Só Deus pode dar uma recompensa justa; só Ele pode remunerar com glória eterna serviços prestados aqui na terra; só Ele pode tirar toda a dor, enxugar todas as lágrimas e encher nossa alma de alegria indizível e dar-nos uma felicidade completa. Que recompensa o Pai Eterno não teria dado àquela que por ele mesmo tinha sido eleita, para ser a Mãe do Senhor. Se é impossível descrever as magnificências do céu, impossível é fazermos ideia adequada da glória que Maria Santíssima possui, desde o dia da Assunção. Se dos bem-aventurados do céu o último goza de uma felicidade infinitamente maior que a do homem mais feliz no mundo, quanta não deve ser a ventura daquela que, entre todos os eleitos, ocupa o primeiro lugar; aquela que pela Igreja Católica é saudada: Rainha dos Anjos, Rainha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, Rainha de todos os Santos!
Fr. Cardoso,ofm.

domingo, 12 de agosto de 2007

SANTA CLARA DE ASSIS

Clara tinha a convicção de que partiu de Deus a vocação dela e de suas irmãs. Mas sabia que Deus espera a colaboração e o talento restituído multiplicado. Como fundadora, transmite plena confiança e esperança no futuro da vivência do ideal, pensando nas irmãs que Deus iria chamar para a mesma vocação. Percebeu com nitidez que o dom da vocação é extensivo àquelas irmãs que Deus iria chamar no futuro, e que desejariam manter a intuição original com todo o rigor e potencial espiritual. Neste sentido, Clara e sua Ordem são comparadas, a uma árvore frondosa, uma vinha fértil, um campo cultivado, uma construção, uma fortaleza; símbolos como o do cultivo e da construção mostram como o novo carisma é trabalho de Deus.
Recebia cada irmã como um dom de Deus. Refere-se a elas dizendo: "as irmãs que o Senhor me dera". A maneira pedagógica com que eram recebidas as candidatas na vida monacal da época se caracterizava por certa dureza e provações. Clara determina que, "se alguém, por inspiração divina, vier ter conosco querendo abraçar esta vida" deve haver consentimento das irmãs e que seja exposto à jovem diligentemente o teor da vida que irá assumir. Recomenda verificar a firmeza na fé católica e a idoneidade. Por fim, a candidata deve ter uma atitude evangélica: despojar-se dos bens e procurar dá-los aos pobres; se não puder fazer isso, basta que tenha boa vontade.
Certa ocasião, Francisco enviou a Clara "cinco mulheres, para que fossem recebidas no mosteiro". Clara percebeu que uma não era idônea. Era mestra na tarefa de intuir o chamado de Deus e de atrair as jovens. Várias irmãs afirmaram ter deixado tudo persuadidas por Clara, depois de terem conversado com ela em São Damião. Formava as irmãs "com tal pedagogia e com tão delicado amor que não há palavras para dizê-lo".
Além disso, Clara destaca a fidelidade à Igreja, no seio da qual desabrocha a sua vocação e a das irmãs. Sua percepção era de que recebia diariamente a vocação como um dom, como uma graça dada em um momento novo da vida da Igreja. A graça ou inspiração divina é concedida para o bem da Igreja, e assim, recomenda manter submissão e fidelidade a esta santa mãe. Esse aspecto se apresenta a um exame detalhado dos escritos de Clara: percebe-se que ela teve a intuição de que o seu carisma e vocação estavam de certa forma exposto ao perigo e, para preservá-lo, era necessário vigilância, disciplina, oração, conselho e fidelidade à Igreja. A própria natureza da vocação é eclesial. A promoção de sua vitalidade é resposta ao chamado de ser uma forma de vida evangélica, e torna-se concreta na profissão pública na Igreja. A Igreja aprovou a Forma de Vida de Clara, depois de uma longa experiência de quarenta anos (1211-1251). As estruturas humanas da comunidade puderam garantir a extensão do carisma através do tempo e do espaço geográfico. A vocação da santidade de muitas de suas seguidoras na Igreja
.
Fr. Cardoso,ofm.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

Desde o século V da era cristã, esta festa é celebrada pela igreja. Historicamente, a transfiguração aconteceu mais ou menos na metade do caminho de formação dos discípulos.
No momento da transfiguração, Jesus manifesta a sua condição gloriosa aos discípulos, mas logo em seguida ensina-os que para aceder a esta condição em que Ele se encontrava já antes de assumir nossa humanidade, seria necessário passar pela sua paixão, morte e ressurreição. Provavelmente Jesus quis este momento de formação para os seus, porque conhecia bem suas fragilidades e sabia que eles poderiam não suportar a prova da cruz. Pensando nisto e desejando a firmeza de fé daqueles que deveriam continuar sua obra, Jesus dá-lhes a conhecer sua condição gloriosa, mostrando-lhes assim que a cruz e a morte são necessárias para o pleno cumprimento do plano Salvífico do Pai, mas que também não são um fim em si, pois a última palavra do Pai é a vida, a ressurreição. O caminho doloroso e humilhante da cruz é necessário, mas também é somente passagem para a glória.
A intenção da igreja é a mesma de Jesus. Ela sabe que sues filhos são frágeis e que também correm o risco de sucumbir diante da cruz e do sofrimentos da vida. A esperança da igreja é que contemplando a condição gloriosa do Senhor em nossa celebração, encontremos coragem para permanecermos firmes na fé .
O profeta Daniel, servindo-se de uma linguagem apocalíptica, descreve o plano que o Pai haveria de realizar na pessoa do Filho. Retornando para o seio do Pai, de onde Ele havia saído para assumir nossa humanidade.
São Pedro dá testemunho sobre a transfiguração que ele assistiu. Afirma que tudo aquilo que Deus havia anunciado pela boca dos profetas a respeito de Jesus e sua condição gloriosa, ele e os demais discípulos tiveram a graça de contemplar com seus próprios olhos.
Foi durante este momento forte de oração, comunhão como Pai, que Jesus transfigurou-se e os discípulos puderam contemplar a sua glória.

Fr.Jose Jesus Cardoso,OFM.


quarta-feira, 11 de julho de 2007

SERVIR COM AMOR

Servir sem Possuir é a base para toda boa atitude de serviço . Não se pode servir verdadeiramente sem amar. O amor é o sentimento-fonte de todo comportamento que leva em consideração o bem e a paz de si e do próximo. A qualidade própria de todo serviço deve ser a humildade. Não se pode servir bem sem uma sincera humildade, que consiste em colocar-se em atitude de menor diante da pessoa que consideramos alvo do nosso serviço....A humildade alimenta em nós um coração de pobre, desapegado da tentação de fazer-nos proprietários da pessoa a quem servimos e do serviço que nos dispomos a prestar.Servir sem possuir, portanto, é a tarefa de cada dia na vida de quem busca amar desinteressadamente. Mesmo porque não somos donos de nada nem de ninguém. Não somos donos do serviço ao qual nos dedicamos nem das pessoas a quem servimos. Não somos donos nem de nós mesmos.Porém, não é fácil servir sem o desejo de nos fazer possuidores do bem que fazemos aos outros ou das vantagens que isto nos possa trazer ou da “fama” e dos elogios que isto nos possa proporcionar...Depois que ficamos durante um longo tempo exercendo uma determinada função ou serviço, podemos com facilidade cair na tentação de nos fazer proprietários desta função ou serviço, e decretando como este serviço deva ser feito ou considerado pelos outros, caso a gente não possa realizá-lo em algum momento. Não possa realizá-lo em algum momento porque não permitimos que este serviço ou esta função nos seja tirada. São Francisco chamava a atenção de seus frades para que não se tornassem possuidores do bem que Deus diz e opera neles e através deles. Pelo simples fato de que esta não é uma atitude adequada a quem se consagra a Deus, isto é, quem se faz pobre, totalmente entregue a Deus. O pobre, evangelicamente falando, nada tem, nada possui, de nada se apropria. Tudo é de Deus, a Ele somente convém todo louvor e toda acção de graças.Esta é a atitude básica também para a vida em fraternidade. O Senhor Deus nos dá irmãos e irmãs. Não os escolhemos nem somos escolhidos por eles. A eles somos chamados a expressar o nosso amor servindo. Neles somos chamados a servir a Deus mesmo. Amando e servindo a eles, amamos e servimos o próprio Deus.Só tendo esta óptica da fé, é que poderemos melhorar a qualidade do nosso serviço na vida em comunidade, na vida fraterna. A “qualidade total” no nosso serviço passa por aí: servindo os nossos irmãos, filhos e filhas de Deus, estamos servindo a Deus mesmo, que os colocou em nossa vida e em nosso caminho. A Deus, portanto, o melhor de nós.Iluminados pela fé, que é dom de Deus, podemos estar continuamente avaliando -nos sobre a qualidade do nosso serviço e a menoridade com que o realizamos. Jesus é nosso maior modelo , que veio para servir e não para ser servido. Maria é nossa mãe amorosa que nos ensina que só se pode amar bem servindo, em silêncio, sem alarde, na humildade que só o verdadeiro amor sabe expressar. São Francisco é nosso irmão menor que busca servir como pobre, não se faz dono do bem que faz nem do amor que o move..

Fr. Jose Jesus Cardoso,OFM.

terça-feira, 10 de julho de 2007



CESTOS DA VINDIMA

Os cestos de vindima eram feitos em madeira de castanho. Muito típicos da região do Douro.
Estes cestos foram usados durante décadas para o transporte das uvas, das encostas em socalcos, em terrenos acidentados e íngremes dificuldades entrepostas pela natureza aos vindimadores.
Com o progresso de novos métodos de trabalho levaram a que os cestos vindimos em madeira fossem substituídos pelos de plástico. Apesar de serem considerados importantes na sua conservação da qualidade das uvas, para a produção dum bom vinho, os cestos vindimos foram quase transformados em peças de museu.
Já agora, fique a saber que um vime para os cestos demora cerca de duas horas a fazer. A madeira é tratada e trabalhada duma maneira muito própria. Após ter sido cortada, tem de ser rachada e posta a secar. Depois, conforme vai sendo precisa, é mergulhada em água para humedecer e poder ser manobrada sem quebrar.
Actualmente, existem todos os tamanhos, podendo, por isso, sendo uma bonita recordação que o turista pode levar consigo, um testemunho da força e do espírito do sacrifício que a caracteriza.

Fr. Jose J. C. ofm.


sábado, 7 de julho de 2007

BAPTIZADO DO FRANCISCO JOSE

Recebeu o sacramento do Baptismo: FRANCISCO JOSE DE ANDRADE MAGALHÃES. Os meus pais, Sónia Andrade e Francisco de Assis Magalhães, quizerem que eu passe a pertencer à Igreja de Jesus . O meu Baptizado, foi realizado na Igreja Paroquial de Casal de S. Brás (Amadora) no dia 07 de Julho de 2007 às 11 horas. Os meus padrinhos foram: Carlos Manuel Saavedra Magalhães e Ana Carla Gomes Corredeira, após a cerimónia do Baptizado, familiares e convidados foram todos confraternizar num lauto almoço em casa dos meus pais. Presentes estiveram os meus avós maternos e paternos vindos do Norte para estarem comigo nesta festazinha, muito participada e com muita alegria. Porque ser cristão é ser chamado a realizar a vocação mais profunda do homem: filho de Deus, neste mundo e para a eternidade. É a porta da vida e do reino, é o primeiro sacramento da Nova Lei que Cristo confiou à Igreja quando disse aos apóstolos: "Ide e ensinai todos os povos, baptizando-os..." (Mt. 28, 19).
O Baptismo é o sacramento pelo qual os indivíduos se tornam membros do Corpo de Cristo que é a Igreja.
É o banho da regeneração dos filhos de Deus, que liberta de toda a culpa;
É o sacramento da fé, da adesão incondicional à pessoa de Cristo;
É o sacramento do testemunho que compromete no anúncio do Evangelho pela vida e pela palavra oportuna;
É o sacramento da comunidade de fé, de esperança e de serviço.

Ao novo cristão, pais e demais famíliares e amigos o Frei Cardoso deseja uma vida plena de felicidades e muita Paz e Bem.


Fr. José de Jesus cardoso.


quinta-feira, 5 de julho de 2007

FALANDO COM DEUS


Acalma os meus passos Senhor, desacelera meu coração, acalma minha mente. Diminui meu ritmo apressado de uma visão da eternidade do tempo. No meio das confusões do dia a dia, dá-me a tranquilidade das montanhas. Retira de mim a tensão dos meus músculos e nervos. Dá-me a tranquilidade das águas dos rios a correrem, como música tranquilizante e suave, que vivem em minhas lembranças. Ajuda-me a conhecer o poder alegre e reparador de paz e bem. Ensina-me a arte de contemplar a natureza e a Criação. Acalma os meus passos Senhor, para que eu possa perceber o constante labor cotidiano dos ruídos, lutas, alegrias, cansaços ou desalentos, a Tua presença constante no meu coração . Acalma meu coração, Senhor, para que eu possa entoar o cântico da esperança, sorrir para o meu próximo e calar-me para ouvir a Tua voz. Obrigado Senhor, pelo dia de hoje, pela família que me deste, meu trabalhos e sobretudo pela Tua presença em minha vida.
Fr. José Jesus Cardoso, OFM.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

BOIS QUE TRANSPORTAVAM AS PIPAS

Antes de existir a Adega Cooperativa de Penajóia, o vinho destas terras, era transportado por estas lindas criaturas,(bois) que deixaram de se ver por esta paragens.
Hoje, è feito o seu transporte em camiões.
Penajóia está dotada de uma Adega Cooperativa para a transformação das uvas em vinho generoso e de pasto. Situada junto da estrada, na zona da Mó, está dotada de meios adquados e modernizados à elaboração do vinho. O seu comércio é feito em garrafas e garrafões. O Vinho do Porto é vendido às casas especializadas e não é engarrafado por conta da Adega, que por isso não tem marcas de Vinho do Porto. Fundada em 1962, tem 933 associados, mesmo que alguns nem sempre tenham entregue a sua produção na Adega. Apesar de tudo a média de laboração anda pelas 2000 pipas anuais, sendo 1100 de vinho generoso e 900 de vinho de pasto. Comercializa o vinho generoso a granel, mas o vinho de mesa sai engarrafado. Também tem VQPRD, quer dizer Vinho de Qualidade Produzido em Região Demarcada, que se vende engarrafado. A linha de engarrafamento tem a capacidade de 3000 garrafas por hora, com a colocação de selo, rótulo, contra rótulo e cápsula. Além do vinho, tem Aguardente Bagaceira Velha de 1983. A sua capacidade de armazenamento é de 7000 pipas. Comercializa vinhos com marcas de prestígio já reconhecidas no mercado nacional e estrangeiro.

Fr. Jose de Jesus Cardoso,OFM.


terça-feira, 3 de julho de 2007

A GRAÇA DE COMPREENDER

Compreender alguém, alguma coisa, é ser, no momento, esse mesmo que se compreende. É viver e pensar o outro de tal forma que fique a existir dentro de nós. E passamos a sentir o que ele pensa sente, a passar o que ele passa, a ser o que ele é.
A compreensão é a descoberta do outro em nós. É a experiência de uma igualdade.
Nunca como hoje, se falou tanto em diálogo, em encontro. Compreender é, nos dias de hoje, a grande preocupação da vida. Pode, à primeira vista, parecer tarefa fácil , mas não é. Exige renúncia, desprendimento, sacrifício.
A pessoa humana exige essa renúncia. E merece-a.
Como é possível amar sem compreender?
E como se pode compreender, se não nos debruçamos conscientemente sobre o outro?
Há uma compreensão instintiva, natural. A que se tem, por exemplo, ao olhar demoradamente uma flor, ou uma chama de uma vela, descobrir que há qualquer coisa dentro de nós que se irmana, que é da mesma natureza. Não sabemos bem o que é, mas temos a certeza de que há em nós um convite interior, como a própria flor a pedir que sejamos flor, a chama a pedir que sejamos chama...
Subimos ao cume nevado de uma montanha. Ao colocarmos os pés sobre a neve, há em nós um sentimento de receio, uma espécie de remorso por irmos marcar de pegadas negras a brancura daquele manto. Como se, por um momento, deixasse-mos de ser quem somos e pudéssemos ser neve, sentir a dor daquela profanação... Quando esse sentimento nos deixa e marcamos os pés na neve, colhemos a flor ou apagamos a chama, outra dor substitui a primeira. É a dor do retorno. Nesse momento, deixamos de ser flor, para voltarmos a ser nós mesmos. E há uma espécie de saudade, uma pena de não sermos fiéis ao convite, de termos desprezado alguém que nos reclama.
O mesmo se passa com os homens.
Olhamos outra pessoa. Podemos até não falar com ela. E de repente, um simples gesto, um olhar, acorda em nós um apelo à união ou um movimento de repulsa. E neste momento, tudo começa ou tudo se desfaz. A dor de ser desprezado é grande. A de desprezar acaba por ser maior. Sobretudo se o desprezo envolve separação voluntária. Não confundamos com a solidão que se vota um sábio ou um santo, que a dinâmica do primeiro, silêncio fecundo para a descoberta cientifica, e pode ser extática no segundo, força invisível de atracção e deslumbramento pela Suprema Harmonia. Refiro-me à separação orgulhosa, indiferente ou farisaica, de quem egoisticamente se fecha para não se encontrar com o seu irmão.
Em vão procura ser feliz. A suprema felicidade é o amor e este é difuso de si mesmo. Expande-se naturalmente, comunica-se, alastra. A maior dificuldade da compreensão está no não encontramos qualquer afinidade entre o eu e o tu que se nos depara.
É que alegrar-se alguém com a alegria alheia é bem mais difícil que chorar com quem chora...

Fr. José de Jesus Cardoso, OFM.

domingo, 1 de julho de 2007

VOTOS RELIGIOSOS

Votos religiosos e conselhos evangélicos
Os Conselhos Evangélicos da Vida de Cristo seguidos pelos consagrados mediante os votos religiosos professados em institutos religiosos (comummente chamados apenas de Votos) são aspectos da Vida de Cristo pelos quais os religiosos vivem a restrita uniformização com Cristo sendo novos Cristos para a Igreja. Através destes Votos os religiosos seguem as constituições destes devidos institutos vivendo segundo o carisma do mesmo os conselhos evangélicos mais comuns. Os mais comuns votos professados são os de Pobreza (seguindo Cristo que sendo Rico se fez pobre por amor aos homens - por meio deste voto eles não podem mais ter bem para si, renunciam ao que já tinham, dispensam tudo o que venham a ter como posse e tudo o que por força de trabalho precisarem ter é apenas propriedade do instituto), Castidade (Tendo um coração indiviso para Deus - é este voto que lhes faz seguir a continência) e a Obediência pela qual os superiores dos institutos fazem as vezes de Deus para estes (Assim todo aquele que for superior do instituto ou de alguma parte do mesmo passa automaticamente a lhes ter autoridade). Os conselhos evangélicos têm sua origem divina, mais exactamente, cristológica. Estão fundamentados nas palavras e exemplos do Senhor. Tem sua origem divina na doutrina e nos exemplos de Jesus, isto quer dizer, que se fundam em sua vida, em toda sua vida. A vida e a doutrina de Jesus estão na base de toda forma de vida cristã, e de maneira especial, na base da vida consagrada. Eles não são obrigados aos cristãos todos, muito menos lhes é prerrogativa de vida mais ou menos santa, apenas são obrigados àqueles que livremente optarem por seguir. Quando se fala na vida de Jesus, não se refere aos seus aspectos, mas às suas dimensões.
JJC,OFM.

sábado, 30 de junho de 2007

VOCAÇÃO RELIGIOSA

O PERFIL DA VIDA CONSAGRADA NA IGREJA HOJE
O carisma da vida religiosa está também orientado para o mundo, e por causa do mundo. Não é uma fuga, mas compromisso. A vocação religiosa é assumida por homens e mulheres que foram chamados a testemunhar Jesus Cristo de uma maneira radical. É a entrega da própria vida a Deus. Essa vocação existe desde o início do Cristianismo: vida eremítica, monástica e religiosa. Nesses dois mil anos de história surgiram inúmeras ordens, congregações, institutos, sociedades de vida apostólica. Os religiosos vivem: como testemunha radical de Jesus Cristo, como sinal visível de Cristo libertador, de total disponibilidade a Deus, à Igreja e aos irmãos e irmãs, a total partilha dos bens, o amor sem exclusividades, a consagração a um carisma específico, numa comunidade fraterna, a dimensão profética no meio da sociedade, assumem uma missão específica. Um religioso vive em primeiro lugar a sua consagração nos votos, depois, por carisma da sua Ordem congregacional.
Fr.Cardoso,ofm.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

CARTA DE UM MISSIONÁRIO EM TERRAS DE ÁFRICA

CARTA DO PADRE MANUEL JOÃO
Caros amigos,
A Páscoa chegou! Como a Primavera que renova cada ano a
natureza e incute em nós um novo optimismo e alegria de viver! Nesta parte do sul do mundo em que me encontro, onde não existe a alternância das quatro estações, são as chuvas da Páscoa
que vêm. provocar uma autentica ex­plosão da nature­za, castigada pelos longos meses de estio, e trazer refri­gério a homens e animais, afogue­adcis pela poeira e pelo calor.
Assim é o
regresso de Jesus! T riunfador sobre a morte, Ele vem partilhar connosco a plenitude da Vida recebida das mãos do Pai. Comunicando-nos o Seu Espírito, Ele dissipa os nossos medos, reacende a nossa esperança e dá asas aos nossos sonhos!... Que o Espírito do Ressuscitado se apodere das nossas vidas para lhes dar cor e beleza, fecundidade e sentido pleno!...
Neste contexto pascal de comunhão à volta do Amigo que vem enxugar as nossas lágrimas e reavivar o nosso amor, venho também eu visitar-vos para saudar-vos e. renovar os meus sentimentos de amizade e afeição. Por vezes as distancias e as canseiras da vida nos afastam de alguma maneira. Uma palavra amiga, um gesto de lembrança servem a desempoeirar o tesouro da nossa amizade e dar-lhe novo brilho.
Eu estou bem de saúde, graças a Deus, embora por vezes um pouco provado pelas canseiras que me incumbem como responsável do grupo comboniano que trabalha nestas paragens do Togo-Gana-Benin. Mas que sabor teria a vida sem o sal da luta e da fadiga? O pão de cada dia é dom mas há que amassá­lo com o suor da nossa fronte para poder apreciá-lo bem!...
As alegrias da colheita também não faltam. Neste tempo de Páscoa teremos uma ordenação sacerdotal, os votos perpétuos de dois escolásticos e de dois irmãos, a profissão religiosa de 10 noviços!... A semente germina, cresce e promete frutificar! Acompanhai esta sementeira com a vossa oração!
Que Jesus, o Senhor de Vida, nos faça apreciá-la em toda a sua beleza. Que Ele nos transmita o segredo do bem viver: dar a vida para multiplica-la, amar generosamente para viver em plenitude!...
Um abraço do amigo
P. Manuel João Pereira Correia
ComboniMissionaries
P. O. Box KN 556 Kaneshie ACCRA GRANA Africa
E-mail: padre_mjoao@hotmail.com
(NB: Embora me encontre no Togo, uso a direcção do Gana que é mais segura).

 
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