domingo, 20 de julho de 2008

CONHEÇA PENAJOIA

VALCLARO – PENAJÓIA
Este lugar fica situado no extremo sul e oeste da freguesia, no meio da encosta entre o Rio Douro e a estrada de Lamego Resende. Entende-se por VALCLRO uma vasta zona desde Lagoas a Ferreiros, do Rego ao Penedo, e da Mata ao lugar d’Além, com as Pocinhas, Extremadouro e Portela.
Está voltada para Mesão-Frio, na outra margem do Douro.
Este lugar já em 1755 tinha tinta e sete fogos. Das suas casas de construção segura e tipicamente popular, harmoniosa e de janelas voltadas para o rio Douro, desfruta-se uma paisagem deslumbrante de tons verdes, do tom das vinhas e do arvoredo que as envolvem.
São casas queimadas pelo sol, que escondem algumas vidas queimadas de mágoas. Em cada habitante mora um pedaço do povo, que tem um pouco da vida de cada um.
Nas varandas há vasos com diferentes flores. Aqui e ali, crianças que brincam todo o dia. As galinhas, à solta correm desvairadas pelos caminhos perseguidas pelos cães.
Neste lugar há uma Quinta a do Extremadouro, com casa solarenga, que foi pertença do Visconde de Valmor. Fica em sítio alegre, vistoso e fértil.
A grande aposta do povo insiste na reanimação da vida tradicional, mostrando essa face oculta que sobrevive ainda, à custa de alguns anciãos, dando à aldeia a dignidade que merece.
Tem este lugar uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, que, segundo os antigos, foi trazida da Quinta do Extremadouro para o lugar actual. Serve de lugar de culto para os cristãos da zona e na porta lateral está a data de 1883, que faz história e refere a data em que foi transferida para ali.
A imagem de Nossa Senhora da Piedade é muito linda e de estilo barroco.
Tem Escola Primária e algumas Quintas.
O povo trabalha os campos e dai consegue o sustento para o agregado familiar. Com o seu esforço vão conseguindo boa qualidade de fruta. E bem pode dizer-se que a gente de Valclaro faz do seu trabalho um hino à beleza da sua terra.
Fr. Jose de Jesus Cardoso,ofm.

CONHEÇA PENAJÓIA

TORRE é um lugar da Penajóia, mas não se sabe a razão por que lhe deram o nome de Torre. Talvez houvesse aqui, em tempos remotos, alguma torre, sem que hoje dela existam vestígios.
As suas casas são de construção simples e de robusta solidez. É um lugar pequeno, mas bonito, bem situado e descobrindo-se daqui um vasto horizonte, desde Quintela até às alturas de Vila Real, S. Domingos de Queimada e muitas outras povoações do vale e encostas do Rio Douro. È povoação cruzada por caminhos antigos e, ai, o nosso olhar vê a paisagem quente de uma Penajóia de vinhas e cerejeiras.
Na Torre há umas alminhas, memória levantada com o fim de pedir aos viandantes, aos romeiros, uma oração pelas almas dos “irmãos” mortos e caídos no Purgatório, esperando a subida ao Paraíso, como os azulejos recordam.
Neste lugar houve, em tempos, alguns rebanhos. Eu ainda me recordo do último que lá existiu.
A sua gente é simples, sem grandes ambições, mas a vida obriga-os a um trabalho próprio da região e de cada época do ano.
Este lugar, em princípios de 1800, foi indicado para fornecimento de carne à população da Penajóia. O proprietário do açougue, sem escrúpulos, procurava roubar no peso feito aos fregueses e só fornecia a carne nos dias que ele muito bem entendia, fora dos marcados pela Lei.
O povo, indignado com tal procedimento, fez chegar o seu desagrado às autoridades de Lamego em 29 de Junho de 1825, pela voz do seu procurador, P. Joaquim Cardozo. Assim, no dia 6 de Julho daquele ano, foi presente à Câmara, a sua balança para ser aferida. A Câmara ao constatar o incorrecto procedimento do comerciante do açougue condenou-o na quantia de dezoito mil reis, pagos na cadeia na forma da lei da época. Creio que lhe serviu de lição.
Este lugar, perto da estrada, sobe aos altos, devagarinho para que o espírito se sinta estimulado e dê asas à imaginação.
A Torre tem 25 famílias e 77 habitantes, contadas umas famílias que vivem por cima do caminho.
Não tem estabelecimentos, abastecendo-se em S. Geão e Poça d’Alva ou nos ambulantes que percorrem Penajóia inteira. Com o calcetamento do caminho, alguns carros já entram e saem por ambos os lados, seja da Estrada 222, seja por S. Geão. Aqui funcionou muitos anos uma escola Primária. Tem um fontenário simples e espera novos melhoramentos.
Frei José de Jesus Cardoso

sábado, 19 de julho de 2008

RIBEIRO - PENAJOIA



RIBEIRO – PENAJOIA
Ribeiro é um pequeno lugar da Penajóia. Geograficamente bem situado, um pouco escondido na encosta que vem subindo do rio Douro e de onde se avista uma linda paisagem. Mesmo em frente, fica a Serra do Marão e, mais a baixo, e mais a baixo a freguesia de Cidadelhe, na outra margem do rio. Lugar muito antigo. Não se sabe a origem do seu nome.
As casas deste lugar são típicas, de construção popular, com a excepção de uma ou outra que sofre no seu erguer a doença do “ modernismo “.
As suas gentes vivem particularmente da agricultura, mas há gente na construção civil e empregados, serralharia, etc. É servida por rede eléctrica, mas não tem ainda saneamento básico. Os seus caminhos, feitos de pedra negra, são bastantes irregulares. Eles cortam a povoação, em volta das vinhas, numa beleza aprimorada. Os bardos de cepas já velhas e retorcidas pelos anos dão excelentes uvas e produzem bom vinho. Também aqui não falta os melros, esvoaçando e chilreando as suas alegres melodias.
Aqui viveu, no principio do século passado, António Correia de Magalhães, ilustre professor de latim, que deixou fama à custa de palmatoadas e puxadelas de orelhas. Ensinou muitos discípulos que foram homens importantes não só na freguesia, mas também por outros sítios, mesmo em África e nas Américas.
Numa aldeia tão pequena, os vizinhos tornam-se família, acudindo-se sempre, tanto nas horas amargas como nas felizes. É gente de bons costumes e de boas tradições. Ainda me lembro de ai ter vivido um senhor, de alcunha “Zé Penchorro”. Era o barbeiro deste povo. Fui lá cortar o cabelo algumas vezes, ai por 1952-53. Bom homem ainda me lembra como se fosse hoje. Pelo corte de cabelo pagava o cliente um escudo.
Que vida e que tempo, meu Deus!...
Lembro-me de algumas famílias generosas, que partilhavam um bocado de broa de milho, além das couves para fazer um caldo,. Belas couves, plantadas nas hortas, à beira das casas.
Quando se chega à casa dos cinquenta, a meninice volta a fazer-nos lembrar a nossa infância. E as melhores testemunhas do que escrevo são os homens do Ribeiro que, hoje, têm mais de quarenta e cinco anos.
Frei Jose Jesus Cardoso,ofm.

 
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